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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

As Raízes de Um Povo

Sou uma ouvinte assídua de rádio. Quer em casa quer no carro sintonizo, quase sempre, a Antena 1.
Esta opção pela rádio prende-se com a característica da mesma: pode ser ouvida em qualquer lugar e não obriga a pessoa a ficar parada em frente a ela, impossibilitando-a de fazer as suas obrigações.
E como ouvinte assídua que sou, posso afirmar que as nossas estações de rádio esquecem-se de bons compositores que existiram e outros que existem, remetendo para o silêncio, músicas, que pela mensagem em forma de letra, associada a belas melodias, fizeram delas êxitos intemporais.
Poderia citar, entre muitos, nomes como Adriano Correia de Oliveira, Hugo Maia de Loureiro, Sérgio Borges , Tonicha, cantores que deram voz a grandes sucessos, lembrados no tempo, devido à qualidade que os caracterizavam.
No youtube há sempre a possibilidade de rever as músicas que são do nosso agrado, mas que caíram no esquecimento.
E, navegando eu pelo youtube, de vídeo em vídeo, acabei por me fixar num cantor, que já há muito tempo não ouço e possui uma voz potente, forte, segura, daquelas que, uma vez ouvidas, nunca mais se esquecem. Refiro-me a Pedro Barroso, cantor trovador, compositor.
As suas canções, belas, profundas, de e com qualidade, fazem-me sentir bem, dão-me paz,transportam-me numa viagem interior em que o pensamento voa de encontro a um passado comum, às raízes de um povo, independentemente do tema cantado.
Pedro Barroso é sem dúvida um senhor da música portuguesa como muitos outros o foram.
Para bem da qualidade e do que é genuinamente português, no campo musical, é importante que cantores e compositores, com estas características, não caiam no esquecimento e sejam divulgados às gerações mais novas.
São elas que, no futuro, darão continuidade às nossas raízes como povo.


Poema sem título

Numa tela, desenhados
Pela mão de um artista,
Corpos, de gente, deformados
Num cenário surrealista.

Numa tela desenhados
Pela mão de um pintor,
Corpos, de gente, imaginados,
Numa expressão de horror.

Numa tela desenhados,
Pelo querer de um pintor,
Os seres nela retratados
São imagens feitas dor.


Corpos contorcidos,
Traços delineados,
Vidas (des) vividas,
Em segredos bem guardados.