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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Olhares

Após uns dias de um tempo enfurecido, por entre pragas chuvosas e vendavais de vociferações, sucedeu-se-lhes uma manhã calma e serena, antevendo a paz e a tranquilidade próprias da bonança.
Envolto numa neblina, quase nevoeiro, o despontar do dia escondia, por entre a cortina matinal, um sol tímido, um pouco envergonhado pela ausência prolongada.
Acordei para este dia com uma vontade sublime de apreciar a beleza dos pormenores. A abundância da luminosidade permitiu-me distinguir diferentes aspectos da realidade, até então não saboreados.
O que mudara nesta manhã? O meu olhar? Não sei! Apenas sei que da simbiose dos meus dois olhares - emoção e razão -, despontava um novo dia rasgado por raios dourados, prenunciando a mudança.