Sento-me, abro o portátil, acedo ao blog, decidida a desabafar, para o papel,a linguagem do espírito: sentimentos e ideias tornadas verbum.
Olho para o ecrã, cúmplice dos meus pensamentos e, perante a sua nudez, aventuro-me a desvirginá-lo de novo.
Sinto-me como um pintor que, perante o branco da tela,decide ousar manchar a sua alvura,de modo a conseguir a obra imaginada, num exercício de criação autêntica e individual.
Olho para o ecrã e o vazio, que o preenche, contagia a minha inspiração.
Tal como o nada do ecrã, que teima em permanecer vazio, assim o nada do meu pensamento que recusa abrir-se em palavras esculpidas pelo escopro do artista.
E perante a candura do vazio, venereio a beleza do nada, que me contagia o espírito.
Fecho-me às ideias, numa recusa da escrita.