Quantas vezes, aqui, eu te escrevi?
Quantas vezes eu te recriei?
Quantas vezes chamei pelo teu nome?
Quantas vezes nos reencontrámos em palavras por mim criadas, docemente trabalhadas, tecidas de afectos, debruadas de saudade, de ti, palavras ternas, palavras-espelho, de imagens que fui guardando na intimidade da memória, de ti!
Tantas e tantas vezes que eu, aqui, já te escrevi, gritei teu nome, soltei-o nas asas da lembrança, dei-lhe forma e sentimento, compu-lo!
Quantas vezes o fiz? Não sei, foram tantas...
Quantas vezes eu escrevi teu nome sem o escrever, quantas vezes te partilhei, em pedacinhos de ternura só meus, quantas vezes te relembrei na bondade que transparecia do teu ser, na benevolência com que julgavas os outros, na calmaria das tuas palavras, por vezes carregadas de silêncios, em cumplicidade com o brilho intenso de um olhar que tudo dizia?
Foram tantas! E em cada uma delas, resguardo-te na memória das palavra que me aquecem o coração em momentos de tristeza, que me ajudam a sorrir em momentos de desânimo, que me dão força e me acompanham em momentos de incompreensão.
Escrevi teu nome.
Escrevi teu nome.