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sexta-feira, 16 de julho de 2010

As histórias da História

Coincidência ou não, os dois últimos livros que li abordavam as origens de Cristóvão Colombo e toda a problemática relacionada com a descoberta das Antilhas. Em ambos os casos, os autores basearam-se em documentos históricos verosímeis e actuais.
Durante anos aprendi e ensinei que Cristóvão Colombo teria ido oferecer os seus préstimos aos reis católicos, nossos “arqui-inimigos” na demanda da Índia, navegando para Ocidente, como despeito pela recusa que a mesma oferta teria tido, quando apresentada a El-Rei D. João II.
À luz das últimas investigações históricas, sabe-se, hoje, que esse período da História de Portugal, contado e recontado, durante muitas gerações da mesma maneira carece de veracidade.
Na realidade, tudo indicia que a ida de Cristóvão Colombo para Castela e a sua disponibilidade face ao reino vizinho não terá passado de um plano, muito bem arquitectado, uma armadilha, cuidadosamente planeada, uma estratégia evasiva, inteligentemente montada, pelo monarca português, não só para desviar as atenções dos castelhanos, do que realmente lhe interessava, mas também para garantir que os seus desígnios, como representante dos interesses de uma Nação, se concretizariam: a navegação, o domínio e o monopólio no Atlântico Sul como ponte para a Índia.
Mais do que uma História factual fascina-me a História “motivacional”. Mais do que relatar os feitos, atraem-me as razões subjacentes às acções, o lado humano dos estadistas que influenciaram e determinaram o rumo dos acontecimentos na construção de um presente/ passado que é nosso.
O fascínio da História está nas histórias que ela esconde!