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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Ciência à parte


Somos parte de um todo. Emergimos da Natureza, num estado puro para, mais tarde, nos tornarmos Natureza polida, lustrada de Cultura, qual disfarce com que esquecemos os nossos primórdios, enquanto espécie.
Se somos uma parte do Universo, então, mantemos, com ele, uma relação muito próxima e influenciamo-nos.
Na história da Humanidade, desde os tempos mais remotos, surgem registos desta crença.
O Homem começou por adorar as forças da Natureza, também porque se sentia parte dela.
Já os Gregos e, mais tarde, os Árabes islamizados se interessavam pela observação e estudo dos astros. Desenvolveram a astronomia que não se distinguia ainda da astrologia, tendo-nos deixado um importante legado sobre a forma de conhecimentos.
Enquanto a astronomia é considerada uma ciência, a astrologia é vista como uma pseudociência, já que não é compatível com o método científico.
Ciência ou não ciência, isso não me impede de gostar de ler o espaço dedicado aos signos no Diário de Coimbra ou nas revistas com que me entretenho no cabeleireiro, tendo a plena noção de que pouco ou quase nada do que é escrito possui veracidade em si.
Saber, eu sei, mas continuo a gostar de ler e até consigo descobrir algumas causas e efeitos, tal a subjectividade do que se lê!
Hoje, entre a tinta no cabelo e a leitura, para passar o tempo, decidi comparar o que predizia o zodíaco para o meu signo (e não só) em duas publicações distintas.
Fiquei baralhada de todo. Das duas, uma: ou os astrólogos andam com problemas de leitura astral ou os astros, aborrecidos pela despromoção a que foram remetidos, resolveram pseudo-adivinhar.
Entendam-se, mas não deixem ficar o leitor num impasse.
Afinal o que é que eu faço? Recolho-me e remeto-me ao silêncio, para evitar conflitos e discussões ou lanço-me, de cabeça, nos braços do amor?
(Enquanto os astros não me murmuram a chave vencedora do Euromilhões, vou já jogar antes que me esqueça.)





 

domingo, 26 de janeiro de 2014

Salsa



Em cerca de dois minutos, uma breve e esclarecedora explicação sobre o porquê de quem gosta de dançar salsa.
Eu acrescentaria, e também, Som Cubano.
Porque dançar é uma outra forma de comunicar: mais completa, mais verdadeira, mais autêntica, livre de interpretações dúbias ou segundos sentidos.
Porque para dançar é preciso sentir: com alma, com paixão, com emoção e com pureza de pensamentos!








sábado, 25 de janeiro de 2014

Retalhos de escrita e de pensamento


Hoje apeteceu-me escrever sobre nada em definido.
Uma espécie de escrita retalhada, levada por ideias soltas, pensamentos fragmentados que me desconcentram e abstraem do trabalho da escola.
O pensamento… Por vezes parece querer fugir, afastar-se para bem longe, libertar-se do meu domínio e partir.
Por momentos, por breves momentos, distraidamente, cedo. Então, agarro-me às suas asas e voamos.
Leva-me consigo numa deriva aparente. Sobrevoamos a Terra do Sempre, onde nascem os sonhos, onde tudo é possível e conduz-me aqui e ali.
Perco-me no emaranhado das linhas de rumo da carta de marear que me orienta por caminhos de memórias esquecidas ou apenas adormecidas. Avivam-se.
Por fugidios instantes, tão fugazes como o voo do meu pensamento, revejo momentos, recordo rostos, relembro locais, paisagens pintadas de aromas e de cores: afectos e sentires gravados em mim.
Por momentos, tão breves como o som da palavra desfeita no eco de si, perdi-me nas ideias entrelaçadas do meu pensamento.
 (De tanto se entrelaçar, acaba por tropeçar em palavras repetidas).





segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O melhor contra ventos tempestades e Blatter's




Imagem tirada da internet

Há momentos em que as palavras dizem mais se silenciadas.
Cristiano Ronaldo, YESSSSSSSSSSSSSSSS!





 

Um bom livro


Aproveitando o descanso de uma tarde de domingo muito cinzenta e molhada, daquelas que apetecem as pantufas e o pijama, enrosquei-me no quentinho do edredon e mergulhei na leitura.
Presa à força poderosa das palavras, soberbamente tecidas pela mão e pela imaginação de Joel Dicker, conclui a leitura de “A verdade sobre o caso Harry Quebert”.
Que final inesperado! Nem a minha faceta detectivesca, alguma vez, suporia um desfecho destes! Surpreendente!
“- Um bom livro, Marcus, não se mede apenas pelas últimas palavras, mas pelo efeito colectivo de todas as que as precederam. Cerca de meio segundo depois de terminar o livro, depois de ler a última palavra, o leitor deve sentir-se dominado por um sentimento poderoso; por um instante, só deve pensar em tudo o que acaba de ler, olhar para a capa e sorrir com uma ponta de tristeza porque vai sentir a falta das personagens. Um bom livro, Marcus, é um livro que lamentamos ter acabado de ler.”
Palavras de um epílogo que espelham, na perfeição, o sentimento final do leitor perante este romance. 











domingo, 12 de janeiro de 2014

Acasos


 As Letras e as Humanidades sempre me fascinaram, tanto que, quando, no antigo 6º ano do Liceu, tive de decidir acerca da área a seguir, no que, naquele tempo, correspondia ao actual 10º ano, optei por estas, em detrimento da área das Ciências.
A subjectividade do saber, inerente a todas as ciências que envolvem o Homem ou os produtos da sua acção, como objecto de estudo, sempre me apaixonou, atraiu e acabou por determinar os percursos que trilhei, os momentos que abracei, influenciar a profissão que hoje exerço, orientar a rota do mapa traçado na palma da vida.
Às vezes, os frutos do acaso, afinal, não são assim tão do acaso como pudéramos supor…
Hoje, nas certezas possíveis de uma vida aprendida, percebo que os acasos são, apenas, uma, das várias maneiras, mais que sub-reptícias, de Deus nos trocar as voltas, nas contravoltas da vida.
Perdi-me no fio condutor do raciocínio? Não, apesar de o poder parecer.
verbum nem sempre faz transparecer todo o pensamento e, muitas vezes, resguarda tímidas ideias.
As palavras são como as cerejas e os pensamentos também!











sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

A irresistível tentação ou o karma de um político que nunca acerta nas datas



Não há qualquer dúvida que, esporadicamente surgem personagens, na sociedade portuguesa (a maior parte nascida no seio da política), que parecem, mesmo, saídas de uma qualquer banda desenhada, de tão irreais se afiguram.
Dadas como certas são determinadas características, tão marcantes, na personalidade que as formam que, por mais que o tempo passe, elas persistem e persistem e persistem…
Há muito que não escrevia sobre José Sócrates!
Não é que me dê particular satisfação fazê-lo, mas o senhor põe-se a jeito… Assim, não há blogger que resista!
Aquele que, num passado recente, tanto me exasperou, hoje, já me fez soltar umas boas gargalhadas.
Enfim, Sócrates igual a si mesmo!
(Para os mais distraídos, é favor clicar na azulinha).



 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Comunicar ou a arte dos sentidos


Para os frequentadores assíduos do Facebook, eis um artigo deveras interessante que foi publicado, hoje, no jornal  Público.
É incrível como os “meme” – termo inventado, por Richard Dawkins, para designar um produto iminentemente cultural – se reproduzem, do mesmo modo que os genes. O mesmo padrão de reprodução para fenómenos de áreas completamente díspares: biologia e cultura, aparentemente, sem pontos em comum.
O fenómeno descrito, no artigo referido, e as conclusões a que o estudo chegou, levam a pertinentes reflexões sobre a comunicação humana.
Quantas vezes não surgem conflitos provocados pelo ruído, pela distorção da mensagem gerados no canal de comunicação?
Quantas vezes não ocorrem mal entendidos porque as interpretações, feitas pelo receptor da mensagem emitida, não se coadunam com as intenções do emissor?
Comunicar, através da linguagem, tem tanto de mel como de fel. É um processo desafiante, pois cada um de nós, sendo um mundo de vivências únicas, apropria-se das palavras – dos outros – e imbui-as de sentidos - dos nossos - não racionalizados, mas influenciados pelas suas próprias experiências de vida, pelo modo como interpreta o mundo que o rodeia. E cada um de nós é mesmo um mundo.
Neste contexto, tem toda a pertinência o ditado popular que afirma “O silêncio é de ouro”, o que não é mais que outra forma de, também, se comunicar e dependentemente de quem a adopta, assim o significado atribuído.





 
 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

A queda do argumento


Estou confusa!
Após ter sido posta recentemente à venda, a PlayStation 4 esgotou, rapidamente, em Portugal.
A menina dos olhos da Sony, no campo das consolas, custa, nada mais, nada menos, a módica quantia de 400 euros, não incluindo nem acessórios nem jogos.
Ando eu, há tanto tempo, a escrever, aqui, sobre a crise, sobre as dificuldades económicas derivadas da política dos cortes dos últimos anos, sobre a desesperança que nos desassossega o espírito, esgrimindo argumentos e mais argumentos, em tom plangente, sobre o triste fado que nos é cantado, desde o reinado socratiano e, num instante, uma simples notícia derruba o maior e o melhor argumento tecido.
Das quatro hipóteses, uma será: ou o povo português perdeu, por completo, o bom senso, do género, "perdido por cem, perdido por mil", ou a noção das prioridades desvaneceu-se, de vez, ou a recuperação económica sempre se verifica, ou, então, ainda há muita boa gente que não foi afectada pela desconsolada crise.





 


 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Boas recordações


Estava eu muito sossegadinha, na tranquilidade de um espaço muito meu, quando o som estridente do tlm cortou o silêncio envolvente e me assustou.
Do outro lado, uma voz, que não sendo estranha, há muito não ouvia, questionou-me” Stora?”
Que agradável e inesperada surpresa!
Há tanto que não conversávamos! Com ele e com tantos outros que fizeram parte de um percurso da minha vida que nunca será esquecido, que me marcou e me traz doces recordações.
O tempo passou, numa agradável cavaqueira, em que avivámos memórias, boas lembranças de momentos marcantes, perdidos lá atrás, no passado, mas jamais esquecidos.
Sim, os anos amadureceram, os meninos cresceram, a “stora” acompanhou a corrida imparável do tempo, mas, depois de tanto tempo, pressentir a ternura naquela palavra que nem palavra é, acarinhou, aqueceu um dia, um estado de espírito entristecido e relembrou que, afinal, tudo vale a pena, mesmo que, aparentemente, pareça que não. 




segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Rituais


Uma das peculiaridades da Humanidade assenta na particularidade de culturas, na diversidade de usos e costumes em que o Homem se desvenda.
Enquanto os nossos hermanos comemoram, hoje, num feriado que é nacional, o Dia dos Reis, com o tradicional convívio familiar e a troca de presentes, simbolizando a chegada dos três reis magos a Belém e a adoração do Menino, nós, os portugueses, cantamos as Janeiras, comemos romã e desmanchamos o Presépio e a Árvore de Natal, empacotando todos os enfeites que emolduraram esta quadra que termina, oficialmente, hoje, dia seis. 
Em termos de trabalho, é um recomeço, é um voltar às rotinas madrugadoras e aos dias desgastantes que parecem eternos, mas que se escoam por entre a noção de passagem de tempo, a um ritmo alucinante.
As figurinhas do Presépio e os enfeites da Árvore regressam aos sacos, de onde saíram não há muito, e voltam a ser guardadas, no sótão, até ao próximo ano.
Ciclos que se repetem, ritualmente, ano após ano.
É a vida que prossegue no seu ritmo natural, inadiável.
Recomecemos, pois!




domingo, 5 de janeiro de 2014

Ad aeternum


Se um blogue é um espaço pessoal de memórias, de opiniões, de reflexões, simultaneamente, também se constitui como um documento histórico, na medida em que testemunha, em termos de registo, acontecimentos que ocorrem num tempo e num espaço determinados e que ficam gravados em palavras ad aeternum.
A grandeza de um homem (ser humano) reside na simplicidade, na humildade, na verticalidade, na veracidade, na honestidade com que se entrega à vida, com que se dá aos outros.
Hoje, morreu um grande homem.
Ao longo do dia, muito se tem dito e escrito: simples homenagens anónimas a quem é nosso e é do mundo.
Citando alguém que me é querido” mais uma estrelinha no céu a brilhar…”e têm sido tantas ultimamente...
Até um dia, Eusébio!




sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

A urgência (dos dias sem fim)


Janeiro despertou para o novo ano bastante escuro e chuvoso, quase a adivinhar as dificuldades que nos esperam e continuam a fustigar.
Não será pois de admirar as conclusões a que um estudo, subordinado ao tema “Uma década de sorriso em Portugal”, chegou, baseado na análise de 400 mil fotografias publicadas, na imprensa, entre 2003 e o final de 2013, no qual se conclui que os portugueses sorriem cada vez menos: em frequência e em intensidade.
Sorrir não condiz com preocupações, problemas, dificuldades, dilemas, desesperança.
E o mais irónico de tudo é que os mais ricos conseguiram a proeza de aumentar as suas riquezas neste mundo cada vez mais problemático, mais empobrecido, mais desigual!
Por isso, talvez esta tristeza do tempo que nos ensombra e influencia, por muitas e boas intenções que se formulem.
Quando a angústia dos dias nos tiraniza o humor, resta esperar pelo sol que se oculta para lá das nuvens. Encobertos pelo mau feitio do tempo, os seus raios rasgarão o céu e iluminarão a vida que se estende sob o seu olhar.
É urgente acreditar!


quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

O desafio


A leitura do romance “A verdade sobre o caso Harry Quebert” prossegue a um ritmo alucinante. A trama é bastante empolgante, diria mesmo viciante e que maneira de escrever tão diferente do habitual! Joel Dicker é, sem dúvida, uma agradável revelação.
Depois de a vida adormecer e do silêncio imperar, - condição essencial para o que o raciocínio lógico-dedutivo se desenvolva- enfio-me no quentinho acolhedor da cama, puxo do livro e embrenho-me na sua leitura. Página após página, a dúvida persiste: quem terá matado Nora Kellergan e porquê?
A minha faceta detectivesca, espicaçada pelo desafio da descoberta da verdade sobre o que terá acontecido naquele misterioso dia 30 de Agosto de 1975, desperta para a história num duelo entre a evidência dos factos narrados pelo autor e a minha capacidade de antecipar os acontecimentos, até chegar ao que, verdadeiramente, se passou, antes de o livro o revelar.
É este “passar a perna” ao autor, o deduzir, o intuir antes que ele se decida a desvendar o enigma ao leitor, que me alicia, há já muito tempo, para este género literário, misto de mistério, suspense e policial.
Eu vou descobrir…




quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Recomeço


Primeiro dia de mais um ano que não se avizinha fácil.
Em termos de tempo, este começou choroso: um pinga lágrimas, piegas e sorumbático! Nem convida a pôr um pezinho na rua para se saudar o seu início. Está-se bem é no aconchego do lar.
Pessoalmente, iniciei a leitura do tão publicitado romance “A verdade sobre o caso Harry Quebert”. Como diriam os meus alunos: “tantas páginas com letras pequeninas”, um calhamaço de tirar o fôlego para quem não lidar muito bem com a leitura. O início promete…
Para além disso, decidi elaborar uma lista de intenções para 2014, (a tomar ou não tomar, no fundo outra forma de tomar) que pretendo realizar em cada dia vivido, porque a vida não é mais do que um dia de cada vez – o velhinho ano que ontem se despediu, confirmou-o, no seu decorrer, da maneira mais dura, triste e inesperada - e, para não a remeter ao esquecimento, vou afixá-la, num lugar bem visível, para não me poder desculpar.
Aos poucos, as rotinas instalam-se perdendo de vista a quadra que se viveu.
Agora, na contagem decrescente para o reinício, há que aproveitar mais uns diazinhos de descanso e começar a preparar o novo período que se apresenta.
Bom ano para todos!


INTENÇÕES PARA 2014
(IMPORTANTE NÃO ESQUECER E PRATICAR)
1ª Nunca desistir de procurar ser feliz (por mais tristezas que nos rodeiem e nos queiram incutir);
2ª Nunca esperar muito dos outros, pois assim o que se receber será sempre uma dádiva;
3ª Colocar as expectativas sempre no campo do possível, para não haver grandes desilusões;
4ª Não esquecer que somos humanos e que errar é humano;
5ª Lembrar que não se sendo perfeito, se pode e se deve tentar melhorar;
6ª Nunca adiar o que quer que seja, nem enfiar a cabeça na areia, como a avestruz ;
7ª Viver cada dia como se fosse o último, com paixão em tudo o que se faz;
8ª Nunca esquecer que somos sempre importantes para alguém;
9ª No final de cada dia, há que fazer um balanço;
10ª Iluminar o dia (uma palavra, uma visita, um miminho) dos que perderam a autonomia e a liberdade e nos são queridos;
11ª Lembrar que um dia podemos estar nas mesmas condições, por isso viver a vida com intensidade, alegria e muita veracidade;
12ª Rodearmo-nos de quem nos faça sentir bem, de quem seja positivo e nos ajude a melhorar;
13ª Manter a calma, a serenidade e ver o lado positivo de tudo;
14ª Ser-se grato pelo que se tem;
15ª Lutar, com dignidade, para se alcançar o que se deseja;
16ª Nunca deixar de sonhar, nunca desistir;
17ª Rir, mas nunca dos outros, antes com os outros;
18ª Não lamentar, não lamuriar escusadamente, há quem esteja bem pior;
19ª Todas as que também são importantes, mas de momento não me ocorrem;
20ª Não esquecer as intenções formuladas e praticá-las.