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terça-feira, 31 de maio de 2011

Por que não votar PS

Tempos dificílimos se aproximam.
Desde a Revolução de Abril de 1974, até ao presente, este é o momento mais grave e complicado que o país atravessa.
Por mãos de políticos incapazes de governar correctamente, Portugal vê-se a braços com uma terrível crise económica com consequências sociais e políticas.
O país está enfermo. Não fora a ajuda externa e já teríamos declarado a bancarrota.
A crise com que nos debatemos, tem como principal responsável aquele que nos governou durante 6 anos. Foram seis anos de ocultações, mentiras e faz de conta. Portugal afundava-se e o Primeiro-Ministro teatralizava a situação, representava em cenários inventados por si próprio, negando sempre a real situação em que nos encontrávamos.
Não simpatizo com José Sócrates, não gosto do senhor nem como político nem como pessoa.
Espero, sinceramente, para bem de Portugal, que no dia 5 de Junho nos consigamos ver livres de uma vez por todas desta pessoa.
De hoje até sábado, comprometo-me a apresentar, aqui, no meu blog, quatro razões por que considero um erro votar no PS de José Sócrates.


segunda-feira, 30 de maio de 2011

Nunca Mais

Ouvir o professor Marcelo Rebelo de Sousa, todos os Domingos, no noticiário da noite, na TVI, é simplesmente fenomenal, é uma delícia e um prazer supremo.
Como comentador convidado, o Professor é um mestre na arte da comunicação e da oratória. As suas palavras, associadas a um sorriso simpático, a um olhar transparente e a uma postura correcta, cativam a atenção e o interesse e prendem o telespectador até ao fim.
Ontem, mais uma vez, escutei-o com toda a atenção e deleite. Gostei do modo como expressou a sua opinião e da sinceridade com que informou os portugueses das dificuldades que se avizinham a seguir às eleições de 5 de Junho.
E porque o fez, não mentindo nem ocultando a dura verdade que teremos de enfrentar brevemente, foi, de imediato, criticado pelo PS, acusando-o de se ter excedido nos comentários proferidos.
Ainda acredito, apesar do ar déspota e ditatorial do "nosso" Primeiro-Ministro demissionário, que Portugal vive numa Democracia, o que implica, inevitavelmente, liberdade de expressão e pensamento.
Se o PS tivesse vergonha e decência, o que parece não acontecer, seria o primeiro a discutir, a debater e a informar o eleitorado do que nos espera, o que se pretende, e como lá chegar.
Mas, mais uma vez, prefere enfiar a cabeça na areia como a avestruz e vitimizar-se na pessoa de José Sócrates.
Haja pachorra! 

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Campo

Num momento deste dia, reencontrei-me com as lembranças de Formilo – aldeia situada no distrito de Viseu e relativamente próxima da cidade de Lamego onde, desde pequenina, passava as férias grandes.
Hoje, revivi, de novo, as sensações desse tempo do passado, mas num outro espaço e num contexto diferente.
 Esta tarde, ao sentir, outra vez, o cheiro do campo, o aroma de pinheiros e eucaliptos, a poeira que matizava o ar à passagem por carreiros de terra batida, o calor tórrido de um sol abrasador afagando a face e os braços, a brisa morna que, de mansinho, se insinuava e suavizava a canícula da tarde, os larápios roedores, de orelhas espetadas, por entre as vinhas a saltitar, fez crescer, em mim, uma saudade imensa, uma nostalgia intensa desses dias de felicidade, de risos e brincadeiras próprios de quando se é pequeno e tem-se um mundo a conquistar.
Esta tarde reencontrei-me, mais uma vez, com o meu passado e percebi que a relação de afectividade e de emotividade que estabelecemos com os lugares, as pessoas e os acontecimentos, determina a importância que lhes conferimos e, por isso, tornam-se recordações que guardamos na memória dos afectos.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Esperança

As sondagens de hoje voltaram a dar a primazia ao PSD. O temível empate técnico que pairava, há já algum tempo, entre os dois maiores partidos, desapareceu. Passos Coelho distanciou-se de José Sócrates em cerca de 6,4%.
Ao ler esta notícia, confesso, senti alegria, alívio e a esperança renasceu.
A esperança de, no dia 5 de Junho, finalmente, Portugal enveredar por outros caminhos, traçar novos rumos.
A esperança de terminar com seis anos de um faz de conta.
A esperança de pôr fim a seis anos de farsa, mentira, facilitismo, enfim, “socratismo”.
A esperança …

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Memórias

Uma das recordações que se insinua de mansinho e invade o meu pensamento é a da Menina Adérita.
Hoje, relembro-a.
Bem, a Menina Adérita, assim chamada desde pequenina, na aldeia que a viu nascer, crescer e morrer era, na realidade, uma senhora idosa que nunca namorou nem casou. 
De menina, cresceu, tornou-se mulher e viu o milagre da vida acontecer às raparigas da sua geração. Ficou solteira e eternamente "Menina".
Conhecia-a no ano em que comecei a trabalhar. O acaso, sábio e oportuno, quis que nos encontrássemos.
Nesse ano, a Menina Adérita, sem o saber, foi o suporte, o alicerce emocional que perdera recentemente, a desconhecida de alma grande e olhar bondoso que me acolheu no vazio da sua solidão e se deu.
O ano lectivo terminou e com ele a minha permanência em sua casa.
 Parti. Rumei novos horizontes, outros percursos.
A Menina Adérita ficou na terra que nunca deixara. Regressou à solidão dos seus dias e o ciclo da vida cumpriu-se.
De vez em quando, talvez apercebendo-se da ternura e do carinho pela sua lembrança, chega de mansinho, sem avisar, instala-se no meu pensamento, enternece o meu coração.
Reencontramo-nos! 

domingo, 22 de maio de 2011

Vidas

Às vezes relembro-me de pessoas que conheci, pessoas com quem me cruzei, pessoas que nunca mais vi, mas que não esqueço.
O recordá-las surge naturalmente, tão natural como a pequena e frágil nascente que brota do interior da terra. Sem me aperceber, as suas imagens surgem de mansinho e, aos poucos, com uma nitidez surpreendente, impõem-se, invadem o meu pensamento e sinto-as de novo, como se o tempo não tivesse passado, como se o ontem fosse presente e o hoje apenas futuro.
Vidas que se cruzam, nos trajectos de cada qual, deixam algo de si, levam um pedacito de nós.
Lembrar alguém não é mais do que uma subtil maneira do coração impedir que a razão esqueça.

sábado, 21 de maio de 2011

Um Sábio Conselho


Nas alegações finais do debate entre os candidatos José Sócrates, do PS e Pedro Passos Coelho do PSD, o ainda Primeiro-Ministro afirmou, com ar circunstancial: ”Portugal precisa de um governo forte e responsável”.
Nunca José Sócrates falou tão verdade! Concordei em absoluto com ele!
Assim, no dia 5 de Junho, sigam este conselho tão sábio e votem em todos os partidos, mas no PS "Socrático" JAMAIS

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Tempo

Hoje, aliás ontem, foi um daqueles dias em que as rotinas se sucederam em espirais de tempo numa correria sem fim. Existem dias assim em que o tempo parece brincar, correndo e fugindo em irrequietas tropelias.
De um lado para o outro, em constante movimento, termino o meu dia sem tempo para apreciar a tranquilidade de um tempo esgotado.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Irlanda (foi) do Norte

Foto do Público, 18/05/2011

Esta noite, em Dublin, falou-se português.
Qualquer que fosse a equipa vencedora, só pelo facto de ser uma final portuguesa já seria motivo suficiente para nos encher de orgulho
No entanto, fiquei contente pela vitória do FCP. Uma vitória em tons de azul e branco sobre um vermelho esbatido.
 Pelo menos haja algo que nos alegre o espírito!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Este meu País


A noção de que o meu país anda à deriva, desencontrado, perdido nas mãos de políticos que da arte de governar pouco ou nada percebem, é cada vez mais evidente.
Tomam-se decisões que pecam pela falta de congruência. A lógica que as preside varia consoante os interesses a atingir (e geralmente são sempre políticos ou económicos).
Neste meu país, parece que tudo funciona ao contrário, tal como uma imagem devolvida por um espelho: o normal passa a anormal e o insólito já não admira.
Os exemplos são mais que muitos e rodeiam-nos. Basta estar-se atento.
Neste meu país, o Estado, dirigido pelas mãos de políticos “imberbes”, tudo pode: legaliza quase tudo, paga quase tudo, até as/das coisas mais inacreditáveis: casamentos homossexuais, interrupção voluntária da gravidez, toxicodependência, preservativos nas cadeias, não há entraves de qualquer espécie!
No entanto, experimentem tentar comprar os habituais comprimidos para dormir sem receita médica e verão os entraves que logo, aí, se levantam: olham-vos com ar suspeito, duvidam da razão da compra e aconselham-vos a dirigirem-se às urgências de um qualquer hospital onde, após várias horas de espera – porque afinal não é um caso urgente – são recebidos por um médico estagiário que, depois de ouvir o discurso, já gasto de tanto ser dito, acaba por passar a bendita receita.
Entre muitas ilações a fazer, realço esta: A lei permite que qualquer mulher possa impedir o acontecer do destino de um ser humano indefeso, abortando, mas não permite que um ser humano adulto, consciente e lúcido se responsabilize pela compra de uns simples comprimidos para dormir!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Imprevistos

A vida é uma dama imprevisível, surpreendente e desconcertante.
Quando menos se espera, eis que nos rodeia, ora em sedutores e voluptuosos acasos ora em angustiantes e perturbadoras realidades.
O limite entre estas duas consistências é frágil, escasso. A maior parte das vezes acontece de surpresa e apanha desprevenidos os pobres incautos.
Numa pequena fracção de um momento, a rotina de uma vida muda completamente por um certo e determinado tempo: planos adiados, concretizações suspensas e as horas que parecem não passar. 
E à noite, no silêncio sorumbático da frieza do lugar, a angústia e o desânimo preenchem cada bocadinho de nós próprios.
O tempo parece agigantar-se em horas dilatadas pela inactividade forçada.
Nestas ocasiões, quando só resta esperar, há que reflectir e tirar ilações. 

domingo, 15 de maio de 2011

Cegueira

Depois de uma tarde de trabalho, sabe bem saborear o descanso do final de dia no sossego da noite.
A leitura do Público e do Expresso, no formato digital, fez-me esquecer o tempo e naveguei ao sabor das palavras de artigo em artigo.
E é surpreendente as conclusões a que se chega quando se presta atenção aos pormenores, àquelas notícias cujos títulos não são apelativos, aos comentários dos leitores atentos e esclarecidos.
Se dúvidas houvessem relativamente à responsabilidade pela situação em que nos encontramos, a análise comparativa dos indicadores económicos e a sua evolução, desde que José Sócrates subiu ao poder, esclareciam-nas. 
Não há cor política ou simpatia partidária que desminta o que os números gritam.
Só quem quer ser cego é que não vê. E em terra de cegos quem tem olho é rei! 

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Detalhes

Bem - aventurados os pobre de espírito; porque deles é o reino dos Céus.” (Mateus, V.5)

Só nos apercebemos do ritmo alucinante das rotinas diárias e de como nos esquecemos de valorizar a simplicidade e a genuinidade de certos detalhes, quando a azáfama distraída do trabalho é interrompida por momentos surpreendentes de pureza e bondade.
Ontem, um grupo de jovens da APPCDM de Anadia, delegação de Casal Comba, presenteou-nos com uma actuação musical cheia de sentir e entrega.
A naturalidade na forma como se deram e o prazer genuíno, na partilha do saber, constituiu um momento especial e diferente da manhã, que a todos tocou.
No cruzamento dos olhares sobressaiu a imagem da generosidade, da humanidade e da humildade espelhadas no ser-se de gente que a vida tornou diferente.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Karma

Ontem deliciei-me ao ver o debate entre o candidato José Sócrates e o candidato Paulo Portas na TVI.
O jogo de esgrima verbal, entre estes dois políticos, foi deveras aliciador para um início de serão.
Apesar de José Sócrates “safar-se” muito bem neste tipo de combate, Paulo Portas conseguiu enfrentá-lo e desarmá-lo com estocadas reveladoras de uma grande perícia na arte da oratória.
Em contrapartida, o engenheiro Sócrates continuou, mais uma vez, a insistir num discurso que já cansa, de tão repetitivo e monótono que é.
Ao vê-lo, com ar pujante e melodramático – um excelente actor – escudar-se por detrás do chumbo do PEC IV, da culpa da oposição, da não necessidade de ajuda externa, para desresponsabilizar-se pelas consequências dos seus actos, como chefe do governo e líder do partido que há seis anos governa Portugal, senti pena: dele, por passar uma ideia de alguém alheado da realidade e sem soluções para o problema que atravessamos, de nós, por termos de o aturar e sofrer as consequências da sua (des) governação.
Desde o tempo em que Álvaro Cunhal retorquia a Mário Soares com a inesquecível frase: “ Olhe que não Doutor, olhe que não…”muitos anos já se passaram e Portugal, pela terceira vez, vê-se obrigado a recorrer à ajuda internacional para solucionar o deficit da sua economia.
Quando é que, finalmente, aprendemos? 

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Hino à Vida

Quando espreitam estes dias com sabor a Primavera, tudo parece mais belo, mais luminoso, mais natural.
As ledas e frescas madrugadas despontam para o dia, em manhãs com cheiro a Natureza e música no ar: chilreios, zumbidos e trinados orquestram-se entre si num cântico à vida que desperta no cíclico renascer.
Seduzida pela suave melodia, num sossego pacificador, sinto o pulsar da vida, entrego-me ao acto criador e a escrita acontece.  


domingo, 8 de maio de 2011

A brincar, a brincar...


"Pescadinha de rabo na boca...

Tenho um Nokia e já tive outro antes. Estas compras também contribuíram para a dívida. Se a Finlândia boicotar o empréstimo, rebento com o meu Nokia de 500 euros na parede e passo a berrar em vez de falar ao telemóvel. Até me vai fazer bem à garganta. Depois compro outro telemóvel, mas feito em Marrocos, que eles ainda precisam mais do que nós. E não quero ver mais nenhum finlandês na minha frente! Decisão esta que não inclui as finlandesas por motivos exuberantemente evidentes!"
in comentário Público online, edição de hoje

 Ainda sobre a situação política e económica que o país atravessa.
Mais do que a leitura das notícias, nos jornais online, agrada-me, particularmente, os comentários dos leitores. Através deles percebe-se perfeitamente não só o modo como nós, os portugueses, encaramos a situação política e económica do nosso país, mas também como julgamos a classe política (governo e oposição).
Mesmo preocupados e zangados, continuamos a demonstrar uma capacidade única de brincar com a própria desgraça e um sentido de humor ímpar!

sábado, 7 de maio de 2011

Encenação

Afinal para que servem as Provas de Aferição?
Segundo o Ministério para comparar os conhecimentos dos alunos a nível nacional e verificar os desvios em relação à norma.
Mas então, se o Ministério considera ser imprescindível uma prova que sirva para evidenciar os conhecimentos dos alunos, é porque não confia nas estruturas pedagógicas existentes nas escolas: Professores, Coordenadores, Departamentos, Conselhos Pedagógicos e Direcções.
Todas as escolas seguem o Currículo Nacional, elaborado por equipas com o aval do Ministério da Educação, o qual está na base das planificações que são feitas no início do ano lectivo e que, sempre que necessário, sofrem reformulações. Há uma monitorização constante dentro da própria escola.
A não ser que um professor falte bastante, o que hoje em dia é quase impossível, e que os alunos não trabalhem mesmo nada – acontece em alguns casos - de uma maneira geral, em qualquer momento do ano, os discentes deverão encontrar-se todos no mesmo patamar de conhecimentos. Claro que há sempre situações desviantes – a excepção confirma a regra – e factores exteriores ao sistema.
Assim sendo, para quê movimentar tantos recursos humanos e materiais, despender tantos gastos – estamos em crise – em nome de uma prova que serve apenas, de uma maneira encapuçada, para aferir, não alunos, mas antes a proficiência dos docentes?
Se é assim tão importante, então porque não a transformam num exame nacional, decisivo para a passagem dos alunos?
Talvez porque fosse demasiado arriscado para as estatísticas nacionais.
Os professores correctores não têm acesso às cotações da prova, apenas lhes é fornecido um código constituído por letras e números, posteriormente convertido em níveis pelo Ministério da Educação.
Tal processo é falacioso e pode dar origem a manipulação de dados, o que seria de todo impossível num Exame!


sexta-feira, 6 de maio de 2011

Sossego

Que agradável final de noite!
A perspectiva do fim-de-semana, amenizou o cansaço; o serão, na companhia de Misse Marple, recompensou a fadiga de um dia preenchido; uma final portuguesa na Europa, especialmente nortenha, completou, com uma subtil ironia, o desfecho deste dia!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ternurento

Num  dia destes, descobri, numa das árvores da minha escola, lá bem no alto de um tronco, escondido no entrelaçado de vários ramos, um pequeno ninho de pássaro. Tão frágil aparentemente!
Enfeitiçada pelo vaivém constante de um casal de pintassilgos, rendi-me ao bailado ritmado dos dois passaritos que, pacientemente, iam transportando, no bico, o material necessário para o aconchego do seu interior.
Quanta sabedoria instintiva!
Quanta entrega e quanta dedicação destes dois delicados seres! 
Quanto cuidado  nos gestos mecanizados!
A Natureza é sábia e perfeita!
Enquanto, imóvel, observava, com emoção, este quadro ternurento esboçado na beleza e na naturalidade da tarefa destas duas aves, lembrei-me de uma passagem do Sermão da Montanha :Olhai para as aves do céu: Não semeiam, nem ceifam, nem recolhem em celeiros; e o vosso Pai celeste alimenta-as.(...)"

quarta-feira, 4 de maio de 2011

De Novo


Hoje, especialmente hoje, digo-te: A ausência de ti provoca um mar de saudade, mas nunca, alguma vez o esquecimento!
Hoje, especialmente hoje, recordo-te com a nostalgia do tempo passado,  guardado na memória dos momentos, ternamente, vividos.
Hoje, especialmente hoje, é um dia que se repete na sucessão dos anos e encerra em si uma infinita tristeza.
Hoje, especialmente hoje, relembro-te e, de novo, a rosa branca...
Hoje...
Como seria diferente se não fosse o "especialmente hoje"!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dignidade Nacional

Por todas as razões que bem conhecemos, Portugal vive um dos períodos mais difíceis dos últimos anos.
Dia 5 de Junho, decide-se o destino de todos nós.
Infelizmente, parece haver ainda muita gente - cega ou enganada - que continua a acreditar naqueles que nos atiraram para o fundo do poço.
E porque o blog é, também,  um meio de transmissão de informação, nunca é demais a publicação de textos que ajudem a desmontar cenários, interpretar discursos, perceber acções que ludibriam os mais incautos e "distraídos".
Como cidadã, preocupada com o futuro que se avizinha num país à deriva, considero minha obrigação  lutar, com as armas que possuo, de modo a despertar consciências, dar a conhecer opiniões, desmistificar "teatros" bem ensaiados.
O texto que se segue é de uma lucidez de análise surpreendente. Que a sua divulgação contribua, de algum modo, para uma inversão na tendência de voto que parece ainda persistir.
É extenso, mas vale a pena ser lido. 


Dignidade nacional

"Nas próximas eleições existe um elemento fundamental em jogo: Dignidade nacional. Se, como várias vozes alvitram, o partido de José Sócrates tiver um resultado digno, a nossa democracia sofrerá um rude golpe.  Portugal será a chacota mundial.
Não se trata de uma questão de votos, mas de elementar racionalidade. Aqueles dirigentes que presidiram seis anos, quatro dos quais em maioria, aos destinos nacionais, não podem ser poupados. Depois de longos tempos a negar a realidade, a manipular a imagem, a pintar quadros ilusórios em que cidadãos e mercados não acreditam, só ficarão impunes com descrédito para o sistema político.
Nos últimos 32 meses, ou o Governo ignorava a realidade ou sabotou deliberadamente a situação nacional. Não há outra explicação. Se a charada da vitimização tiver êxito eleitoral, isso mostra não a qualidade do Governo mas a tolice dos eleitores. Com a chantagem da instabilidade, ficção da política de sucesso, desplante de negar o óbvio, Sócrates andou anos a dançar na borda do vulcão. Agora que o País caiu lá dentro, o PS não pode ser poupado. Como na Grécia e na Irlanda, Portugal precisa de que ele perca forte a 5 de Junho.
Antigamente, algo evitava estas circunstâncias. Chamava-se vergonha. O responsável pela condução nacional ao colapso, mesmo considerando-se tecnicamente inocente, assumia politicamente a situação e afastava-se para dar lugar a outros. Mas esse pudor político anda muito arredado das praias nacionais, como andou no auge do Liberalismo oitocentista e na ruína da Primeira República. Mais que a incompetência e corrupção, era o descaramento dos responsáveis que então destruía a vida nacional. Foi essa a nossa experiência democrática até meados do século XX.
Por isso, após 1974 tanto se temia o regresso da liberdade, que nunca rodara bem nestas paragens. Surpreendentemente, o regime funcionou. Funcionou mesmo muito satisfatoriamente. Nas três primeiras décadas após Abril, apesar de inevitáveis tropelias e abusos, presentes em todos os regimes, existiu honra, dignidade, elevação, acompanhada por alternância e desportivismo. É isso que tem resvalado ultimamente.  As próximas eleições mostrarão se regressámos à antiga podridão ou se foram lapsos passageiros.
Mas não há situações em que,após o desastre, a administração permanece? Sim, nos casos de Mugabe, Gbagbo e, até há pouco,Mubarak ou Kadhafi. É essa semelhança que nos condena.
Quer isto dizer que o Partido Socialista tem de ser punido? Este PS sim! Aliás, o partido é uma das grandes vítimas da situação. A reeleição estrelar de José Sócrates, consagrada no XVII Congresso deste fim-de-semana,  com votações à Mugabe, apenas manifesta isso de forma pungente. Quando acabar o delírio, será preciso salvar o partido deste longo pesadelo que se arrisca a afectá-lo gravemente. Além dearruinar o País, o consulado Sócrates, na única maioria absoluta socialista, danificará seriamente a sua área ideológica. Na ânsia de se salvar política e pessoalmente, o primeiro-ministro enterra aquilo mesmo que diz defender.
Uma das declarações originantes na nossa democracia deu-se a 26 de Novembro de 1975. O vitorioso major Ernesto Melo Antunes disse na televisão, relativamente aos vencidos: "A participação do PCP na construção do socialismo é indispensável." Agora é bom lembrar que o Partido Socialista é também indispensável à democracia. Estes meses são dos piores da sua ilustre história. Mas o longo delírio socrático, que termina nesta louca corrida para o abismo num autismo aterrador, não pode servir para desequilibrar duradouramente a estrutura partidária nacional. Há que salvar o PS de si mesmo.
No dia 5 de Junho, os portugueses votarão. Costuma louvar-se a sabedoria do povo. É fundamental que os eleitores, entre alternativas mornas e demagogia dura, compreendam a situação. A escolha hoje não é de políticas. Após 32 meses de negação, ilusões e derrapagem, quem for eleito terá grande parte da sua tarefa definida pelos nossos credores.  
O que está em causa é mesmo a dignidade nacional."
  JOÃO CÉSAR DAS NEVES
DN2011-04-11

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Arrepio

A morte de um ser humano nunca deveria ser motivo de alegria para ninguém.
Morreu Osama Bin Laden, após 9 anos sobre a tragédia do 11 de Setembro que vitimou milhares de pessoas.
 Desde então, procurado pelos Estados Unidos, foi finalmente capturado, esta madrugada, acabando por morrer.
Arrepiam-me a frieza e o vazio com que escrevo estas palavras e invade-me uma infinita tristeza por não me sentir triste com a morte de um ser humano!

domingo, 1 de maio de 2011

Universalidade de ser-se


Pintura a óleo "A mulher, o mar e a criança" de Janine Barrozo

Hoje comemora-se o Dia da Mãe.
Cada um de nós, de uma forma ou outra, homenageia, à sua maneira, a mãe que é a sua.
Em pleno século XXI, ao celebrar este dia, a maior parte das pessoas desconhece que está a perpetuar algo, cujas raízes remontam à Antiguidade.
As mais antigas celebrações do Dia da Mãe têm a sua origem nas comemorações primaveris da Grécia Antiga, em honra de Rhea, mulher de Cronos e Mãe dos Deuses.
 Em Roma, as festas comemorativas do Dia da Mãe eram dedicadas a Cybele, a mãe dos deuses romanos, e as cerimónias, em sua homenagem, começaram por volta de 250 anos antes do nascimento de Cristo.
Durante o século XVII, a Inglaterra celebrava, no 4º Domingo de Quaresma, um dia chamado “Domingo da Mãe”, que pretendia homenagear todas as mães inglesas. Neste período, a maior parte da classe baixa inglesa trabalhava longe de casa e vivia com os patrões. No Domingo da Mãe, os servos tinham um dia de folga e eram encorajados a regressar a casa e passar esse dia com a sua mãe.
À medida que o Cristianismo se espalhou pela Europa, passou-se a homenagear a “Igreja Mãe” –, sentida como a força espiritual que lhes dava vida e os protegia do mal. Ao longo dos tempos a festa da Igreja foi-se confundindo com a celebração do Domingo da Mãe. As pessoas começaram a homenagear tanto as suas mães como a Igreja.
Nos Estados Unidos, a comemoração de um dia dedicado às mães foi sugerida, pela primeira vez, em 1872 por Julia Ward Howe e algumas apoiantes, que se uniram contra a crueldade da guerra e lutavam, principalmente, por um dia dedicado à paz.
Mais tarde, em 1904, Anna Jarvis defendeu, publicamente, a criação deste dia, após a morte da sua mãe.
 Em Portugal, nem sempre se comemorou este dia no primeiro domingo de Maio. 
Mãe, símbolo de pureza, força e resistência, não conhece cor, língua ou credo.
 Mãe, a universalidade de um ser (-se).