Com a chegada do
Verão, os dias desnudam-se, quentes, luminosos, em poentes intensos e
harmoniosos, aromatizados pela brisa de final de tarde que espalha, ao seu passar,
o bulício dos sentidos a despontar.
O Verão e as
férias, o calor abrasador e as noites cálidas, enfeitadas de luares prateados, avivam
lembranças ternas, edificadas em momentos alegres e risonhos de um outrora que
passou muito depressa. Formilo, sempre Formilo no centro das memórias: um retorno à imponência do casarão, à majestade da escadaria ladeada de hortenses em variações de roxo e lilás; ao sussurro murmurado da água da fonte a cair, límpida e fresca; à paisagem serrana incrustada nas encostas verdejantes, perdida nos horizontes sem fim; ao cheiro agreste das pessoas e dos animais; aos sons melodiosos que encantam as noites e as madrugadas e despertam a poesia inspirada no voo reluzente dos pirilampos e na guizalhada dos grilos; a momentos inesquecíveis!
Formilo e sempre Formilo: um retorno ritualizado e cíclico em busca das raízes da memória afectiva. A saudade forjada no tempo. O passado em dégradé no presente!