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domingo, 26 de setembro de 2010

Preservação do eu

Agora, no reencontro de mim própria, silencio os pensamentos que me assaltam, na preservação do ser que sou.
Por entre os sons da noite recuso partilhar, em forma de palavras, as ideias que insistentemente brotam do mais íntimo de mim, recuso desvendar os mais secretos pensamentos que me embalam na noite e me adoçam os sentires.
Na madrugada, num contraste entre o tudo e o nada, contra-sensos da vida, oculto um outro lado de mim: inacessível, desconhecido, conscientemente, resguardado do exterior - tentativa assumida de preservar a individualidade do que sou -.
No momento do dia mais propício à descoberta da minha identidade, tranco as portas da intimidade na defesa do que sou, quero e posso. Egoisticamente, fecho-me sobre mim própria, num diálogo interior.
Hoje e agora, a faceta intimista, que caracterizou algumas das minhas publicações anteriores, transformou-se numa recusa em desvendar-me, desnudar a alma, na perda da privacidade emocional, para poder continuar a ser eu própria.
Nenhum ser humano é completamente transparente, pois caso isso acontecesse a pessoa tornar-se-ia frágil e dependente dos outros.
Cada um de nós transporta em si mistérios indesvendáveis, não porque sejam eticamente incorrectos, mas porque são necessários assim continuarem para a sobrevivência da nossa própria personalidade, do Eu que somos!
Recuso desnudar os pensamentos que me acompanharam nesta noite tranquila!