“Indícios de que 137 auditores que estão no Centro de Estudos Judiciários (CEJ) a formarem-se para serem magistrados copiaram num teste levou à anulação do exame. Face à impossibilidade de encontrar uma data para repetir o teste a direcção da instituição decidiu atribuir nota dez a todos os futuros magistrados.”
Público, 16 de Junho de 2011
Que confiança, integridade e sentido de dever transmitem estes jovens, futuros magistrados, no dia de amanhã, quando iniciarem o exercício do cargo para o qual se encontram a estudar?
Os candidatos a juízes, quanto mais não seja por inerência de funções, deveriam, obrigatoriamente, estar livres de suspeitas e adoptar posturas baseadas na verdade, na integridade de carácter e na moralidade.
Que segurança, que confiança e que imagem transmitem estes jovens candidatos para a opinião pública? Pouca ou nenhuma.
A medida a aplicar, num caso destes, que demonstra uma falta de valores incompatível com quem quer exercer a justiça e será responsável por decisões futuras que poderão alterar por completo a vida de qualquer cidadão, não era de certeza atribuir a nota dez a todos. Não!
Se não apresentam o perfil necessário em termos morais e éticos para a prática da magistratura, então, rua com eles.
O futuro constrói-se hoje cada vez que se tomam decisões.
Há que ser-se menos complacente e expugnar-se pela competência e excelência. Caso contrário, estaremos a hipotecar o futuro do país e em nada contribuímos para a solução dos problemas com que nos debatemos.
Há que parar, pensar, reflectir, remediar políticas educativas erradas, implementar as que se coadunam com a realidade do país que somos, da gente que temos, da realidade que nos rodeia.
Não hipotequemos o futuro deste país tão sui generis, mas que é o nosso lar!