A solidariedade e a partilha são dois valores éticos, que marcam a diferença em muitas situações de vida.
Por um mero acaso, tomei conhecimento da existência de uma organização, «Âncora», sediada em Sintra e que tem por fim prestar apoio a todos os que sentiram e sentem, no mais âmago do seu ser, a dor da perda de um filho.
Não consigo imaginar sequer o tamanho de tal dor, apenas sei, só de o pensar, que será tão intensa, que nem o passar do tempo conseguirá atenuar os efeitos que provoca: dormência do ser, perda do querer.
Esta organização promove reuniões, em várias partes do país, e, com este gesto, envolve, num enorme abraço de solidariedade e entreajuda, todos os que sentiram a vertigem provocada pela perda.
A dor espelhada no rosto, em marcas profundas, tão negras como as vestes que envergam transmite, sem a necessidade do recurso à palavra, toda a angústia, toda a tristeza daquelas mães que encontraram, na «Âncora», a corrente que as prende à vida e as impede de naufragarem.
Como afirmava uma das mães, num lamento perdido, quase um sussurro inaudível «eles nunca morrem, não é? eles só morrem quando nós partirmos, vão connosco...».
Uma frase que encerra em si todo o amor de mãe e só verdadeiramente (pre) sentida por quem é mãe.
http://www.anossaancora.org/
Desafioos é já por si um desafio lançado em forma de repto: "Andas muito filosófica, tens de criar um blogue!". Porque gosto de desafios, aceitei o desafio e criei este blogue.
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domingo, 7 de fevereiro de 2010
Acasos da Vida
Há acasos, inesperados, surpreendentes (se assim não fosse, não o seriam) que, quando ocorrem, obrigam-nos a reflectir sobre o entrelaçado da vida, despertando, ou realçando, em nós, a vertente mais humana que, envergonhadamente, teimamos em esconder do mundo, como se fosse um sinal de fraqueza que não nos é permitido ter, segundo os parâmetros sociais que nos impõem.
Hoje, ocorreu um desses acasos, e num "close up" de recordações, veio-me à memória uma frase, lida algures, mas não esquecida no tempo, que dizia algo do género «quando entrares numa livraria, e te perderes na infinidade e diversidade da oferta, não te preocupes, porque o livro certo vai-te escolher e fará com que o saibas e o encontres».
Tal como na livraria, também na nossa rotina quotidiana, há ocasiões em que parece que as situações nos escolhem, para acontecerem.
E então, paramos, pensamos, reflectimos e, mais do que tudo, agradecemos: agradecemos os filhos perfeitos que gerámos, agradecemos o trajecto de vida que percorrem, sem (in) acidentes, gratificamo-nos pelo emprego que mantemos, pelos bens materiais que nos permitimos ter, agradecemos pela saúde, baluarte de autonomia de vida, agradecemos pelos amigos que sabemos estarem lá, agradecemos por podermos admirar o pôr-do-sol e emocionarmo-nos com o luar, de uma noite de Agosto, agradecemos por podermos acordar, ainda, ao som do chilrear dos pássaros, escutarmos o canto das cigarras e a sinfonia dos grilos, agradecemos pela infinidade do que temos e, principalmente, porque não estamos do lado dos que não têm tantas razões para agradecer.
E depois de agradecermos todas as maravilhas da vida, desejamos poder continuar a ter motivos para nunca pararmos de o fazer.
Agradeço, Senhor, por tudo o que eu tenho, por tudo o que eu sou, por tudo o que eu posso fazer acontecer em meu redor.
Obrigado!
Hoje, ocorreu um desses acasos, e num "close up" de recordações, veio-me à memória uma frase, lida algures, mas não esquecida no tempo, que dizia algo do género «quando entrares numa livraria, e te perderes na infinidade e diversidade da oferta, não te preocupes, porque o livro certo vai-te escolher e fará com que o saibas e o encontres».
Tal como na livraria, também na nossa rotina quotidiana, há ocasiões em que parece que as situações nos escolhem, para acontecerem.
E então, paramos, pensamos, reflectimos e, mais do que tudo, agradecemos: agradecemos os filhos perfeitos que gerámos, agradecemos o trajecto de vida que percorrem, sem (in) acidentes, gratificamo-nos pelo emprego que mantemos, pelos bens materiais que nos permitimos ter, agradecemos pela saúde, baluarte de autonomia de vida, agradecemos pelos amigos que sabemos estarem lá, agradecemos por podermos admirar o pôr-do-sol e emocionarmo-nos com o luar, de uma noite de Agosto, agradecemos por podermos acordar, ainda, ao som do chilrear dos pássaros, escutarmos o canto das cigarras e a sinfonia dos grilos, agradecemos pela infinidade do que temos e, principalmente, porque não estamos do lado dos que não têm tantas razões para agradecer.
E depois de agradecermos todas as maravilhas da vida, desejamos poder continuar a ter motivos para nunca pararmos de o fazer.
Agradeço, Senhor, por tudo o que eu tenho, por tudo o que eu sou, por tudo o que eu posso fazer acontecer em meu redor.
Obrigado!
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