Translate

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Contra-senso

A linha orientadora que, desde o início, delineei para este blog não contemplava incursões no campo da política.
No entanto, os episódios, quase diários, protagonizados pelos políticos portugueses, nos últimos tempos, as decisões tomadas e as medidas implementadas, com as inevitáveis repercussões no tecido social e económico do país, fizeram-me mudar de opinião e decidir fazer deste meu espaço de reflexão o lugar ideal para exercer o meu direito de cidadania.
Ora nesta sequência, abordo hoje um assunto que, pelo caricato que comporta, não poderia deixar de o referir.
O sistema prisional português introduziu, há algum tempo atrás, uma medida que permite aos presidiários, com penas acima dos seis meses, poderem receber visitas de esposa/marido/namorada/namorado, numa sala privada, de modo a satisfazerem o lado emotivo e afectivo.
Não questionando esta permissão – com a qual não concordo – fiquei espantada quando soube que os serviços prisionais fornecem, gratuitamente, os preservativos para os encontros amorosos nas cadeias.
Corta-se nos abonos de família e nos vencimentos, congelam-se salários e progressões, fecham-se escolas, maternidades e urgências, mas, em contrapartida, o Estado desbarata, com acções deste teor, o erário público português!
Gostaria que alguém me explicasse este contra-senso porque eu não consigo entender!