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sábado, 14 de julho de 2012

De(s)mocracia

Aproveitando a pacatez de uma tarde preguiçosa, passeei o olhar pelos títulos dos principais jornais diários, li alguns dos inúmeros mails que me aguardam. 
Lendo ambos, apercebo-me de que este estado de trafulhice, esquemas enganosos, artimanhas fraudulentas em que Portugal mergulhou, há já muitos anos, começou a tornar-se insuportável, mesmo para um povo que se identifica com os brandos costumes. A paciência tem limites e são cada vez menos aqueles que ainda acreditam nas duas classes que vão detendo o poder: a política e a judicial.
A insatisfação e a indignação invadem o comum do cidadão. Basta ler-se os mails que circulam pela Net, que se enviam acrescentados de comentários bem elucidativos do sentir da plebe.
Os tempos actuais são propícios a posições extremas: de um lado os que relembram os ideais revolucionários de Abril, de outro os saudosistas do Antigo Regime.
Sabendo que a saúde moral do país não aguenta mais reveses e que é urgente criar-se um sistema que ponha cobro a tanta falta de vergonha, pergunto-me: entre os dois extremos ideológicos, onde encontrar a solução já que a Democracia demonstrou estar podre e não servir a Res publica? Pelo menos a de(s)mocracia que se instalou no Portugal que Abril criou.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sexta-feira, dia 13

Hoje termina o prazo para as escolas informarem os professores se, no próximo ano lectivo, têm lugar –independentemente de pertencerem ou não ao quadro – ou se são “contemplados” com os denominados horários zero.
No meu agrupamento foram muitos os profissionais - alguns com mais de trinta anos de serviço - a receberem a triste notícia que tanto temiam.
A minha solidariedade com todos estes colegas é tanto maior quanto a certeza que um destes dias, também eu poderei vir a engrossar a lista dos futuros disponíveis. Para isso não é preciso muito: basta apertar-se um pouco mais o cerco, basta a população escolar diminuir, basta legislar-se mais medidas de contenção, basta alterar-se o processo de escolha, basta mudar as regras do jogo, basta... basta... basta tão pouco! Sem dúvida, vivem-se tempos muitos difíceis e o mais preocupante é que a esperança num futuro, pelo menos com condições semelhantes às do presente, é cada vez mais débil!

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Até quando?

Será impressão minha ou este final de ano lectivo parece mais infindável, mais complicado que os anteriores? 
Desde que as aulas terminaram que não me consigo ver livre de papéis: PCT, exames, relatórios disto e daquilo, grelhas, actas, uma panóplia de documentos...
Se alguma dúvida ainda me assolasse, a realidade circundante grita-me que não é impressão minha.
A esta hora da noite, de volta da conclusão de um PCT, sinto-me no epicentro da burocracia, aquela que foi sendo, sucessivamente, introduzida, decretada pela vaga de políticos que vão ocupando o pedestal da governação. Burocracia não implica, necessariamente, qualidade ou grau de exigência. Parece-me que os políticos ainda não o perceberam. Geralmente, quando há insegurança no exercício do cargo desempenhado, os tecnocratas do poder refugiam-se na obrigatoriedade da papelada, procurando disfarçar a segurança que não sentem. Ilusões!
São estes políticos que impõem medidas - algumas completamente desnecessárias pois não acrescentam nada à qualidade do ensino e à resolução de alguns dos graves problemas que invadem as nossas escolas -que, na sua vida particular, servem-se dos conhecimentos e dos cargos partidários que desempenham, para ludibriarem o sistema, em proveito próprio e conseguirem obter, por meios muito dúbios – não lhe quero chamar outro nome - em tempo reduzidissímo, as qualificações académicas que têm tudo menos rigor, veracidade, transparência nos trâmites do processo.
Quando é que se começou a perder a vergonha, se fez da mentira, da trafulhice, do jogo baixo, do vale tudo, os valores morais de alguns?
A bola de neve ainda agora começou a rolar!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

A propósito do feriado municipal

Ontem, foi o feriado municipal em Coimbra, comemorando o dia da Rainha Santa Isabel.
Já agora, uma curiosidade relacionada com esta personagem da nossa História. Ao que parece, o seu esposo, El-Rei D. Dinis, não resistia aos encantos e à sedução de certas damas da corte - e não só! -, o que entristecia e tornava infeliz a nossa rainha. Pelo menos é o que dizem as autoras do livro “As Amantes dos Reis de Portugal”, leitura que iniciei há pouco.
Para quem gosta de estudar o lado mais humano das personagens históricas, este é o livro ideal para as férias. Sem ser maçudo nem excessivamente descritivo, retrata o papel social e jurídico desempenhado pelas esposas e pelas amantes dos nossos reis ao longo da História, permitindo-nos compreender, sem qualquer juízo de valor, a mentalidade dessa época.
Não nos esqueçamos que os reis e as rainhas também eram seres humanos como todos nós!
As esposas resultavam da concretização de acordos, de alianças políticas. Eram como peças de um jogo de xadrez, imprescindíveis, na maior parte das vezes, para o xeque-mate estratégico e diplomático na política internacional. Legalmente, encarnavam a ordem e a continuidade da respectiva dinastia.
As amantes, as amigas, as favoritas, as barregãs, eram as mulheres escolhidas pelos reis, não pela obrigação institucional, mas antes pelo prazer que lhe despertavam. Constituíam o símbolo do prazer, dos sentimentos e dos afectos.
Estórias da nossa História!