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sexta-feira, 27 de junho de 2014

Uma questão de táctica


Agora que o Mundial terminou para nós e depois de assistir ao último jogo com o Gana, deu-me umas ganas de pegar nas palavras e aparvoar com elas!
Enquanto via o jogo, por entre uns finos bem gelados, uns amendoins crocantes, uns falhanços de Cristiano e um público desesperado, eis que, de repente, tive uma ideia: por que é que Portugal não se candidata à organização do próximo Mundial de Futebol, em 2018?
As infra-estruturas já as temos: os estádios construídos para a realização do Euro 2004! Bem sei que muitos deles se tornaram uns autênticos fantasmas, pálidas imagens do esplendor da época, mas nada que uma boa pintura, um corte de ervas daninhas e um desalojamento temporário das luras não resolva.
Num gesto de “cortesia”, instalamos o quartel-general da selecção alemã num monte alentejano e a disputar os jogos lá bem para o Norte Interior. Com esta estratégia matamos dois coelhos de uma só cajadada: rentabilizamos o aeroporto de Beja – a pista deve estar perdida no meio do matagal invasor (mandamo-lo, também, limpar) - e desgastamos fisicamente os jogadores, com tantas viagens.  
Quanto a Portugal, a escolha do local de concentração será unânime: algures no Litoral Norte para que a suavidade do clima, influenciado pela proximidade do oceano, amenize os problemas musculares dos jogadores e lhes permita darem um saltito até à praia e mergulharem nas águas frias do Atlântico para enrijecerem aqueles músculos doridos – poupa-se no gelo – durante as folgas consentidas pelo seleccionador, enquanto este, do alto de um promontório, procura, na imensidão do mar que se estende à sua frente, a inspiração para a táctica perfeita, qual Infante D. Henrique do século XIX.
Com tanto mar a rodear-nos, ninguém se admirará quando metermos água!

(Adenda: a começar por mim, na escrita do século...É lógico que me referia ao século XXI e não XIX).








quinta-feira, 26 de junho de 2014

Milagre precisa-se


Se eu acredito em milagres? Acredito, mas para que a maior parte deles aconteça há que fazer a nossa parte: trabalhar, investir, persistir, esforçar.
Ou seja, Deus deve estar demasiado ocupado para perder o seu tempo e o poder divinal que o assiste com insignificâncias do mundo do futebol.
Para além disso, os princípios da imparcialidade e da confiança (já pareço os juízes do Tribunal Constitucional) impossibilitam uma intervenção do Altíssimo! Sim, porque não seremos só nós a esperar um milagre, eles também!
(Acabei de ouvir nas notícias que dois dos jogadores do Gana foram afastados da selecção e não jogam, parece haver conflitos.
Hum… Será que Deus também é  Leitor do meu blog?)










terça-feira, 24 de junho de 2014

Dégradé


Com a chegada do Verão, os dias desnudam-se, quentes, luminosos, em poentes intensos e harmoniosos, aromatizados pela brisa de final de tarde que espalha, ao seu passar, o bulício dos sentidos a despontar.
O Verão e as férias, o calor abrasador e as noites cálidas, enfeitadas de luares prateados, avivam lembranças ternas, edificadas em momentos alegres e risonhos de um outrora que passou muito depressa.
Formilo, sempre Formilo no centro das memórias: um retorno à imponência do casarão, à majestade da escadaria ladeada de hortenses em variações de roxo e lilás; ao sussurro murmurado da água da fonte a cair, límpida e fresca; à paisagem serrana incrustada nas encostas verdejantes, perdida nos horizontes sem fim; ao cheiro agreste das pessoas e dos animais; aos sons melodiosos que encantam as noites e as madrugadas e despertam a poesia inspirada no voo reluzente dos pirilampos e na guizalhada dos grilos; a momentos inesquecíveis!
Formilo e sempre Formilo: um retorno ritualizado e cíclico em busca das raízes da memória afectiva. A saudade forjada no tempo. O passado em dégradé no presente!










terça-feira, 10 de junho de 2014

Flagrante

 
 
O verdadeiro, o autêntico, o genuíno "amigo da onça"!