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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mais do mesmo

Sempre considerei o actual modelo de gestão das escolas muito pouco democrático.
Recordo com saudade os antigos Conselhos Executivos ou Conselhos Directivos eleitos pelos principais intervenientes na vida da escola: professores, funcionários, um representante dos encarregados de educação por turma e, no ensino secundário, um representante dos alunos, também por turma.
O modelo podia não ser perfeito, mas pelo menos resultava da vontade de uma maioria, obtida pelo método mais simples: uma pessoa, uma escolha, um voto. Era sem dúvida um modelo mais convergente e consensual que o vigente.
Tudo isto num tempo em que a política ainda não tinha invadido as escolas.
A decisão do Ministério em propor uma alteração ao decreto-lei que define o Regime de Autonomia, Administração e Gestão Escolar, de modo a retirar poderes ao director, vem de encontro ao sentir da maioria dos professores e funcionários e dar razão a todos os que preconizavam defeitos e falhas nesta forma de gestão e organização escolar. 
Agora que o Ministério acordou em fazer alterações, há que ter a coragem em mudar o que já se constatou estar menos certo.
O papel dos sindicatos, nas negociações, vai ser muito importante, pois só eles poderão evitar que, apesar das mexidas, fique tudo na mesma, perigo real se se atentar no que foi noticiado na tvi24.

 Adenda: para quem não conhece a realidade, a notícia faz crer que as mudanças resultarão mesmo numa perda de poderes, o que é ilusório, mas esse assunto ficará para um próximo post.