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domingo, 17 de julho de 2016

Lições da História



Um ditador é sempre um ditador, por mais que tente disfarçar-se de democrata.
Desde que comecei a ver as imagens transmitidas pelas várias estações televisivas da tentativa de golpe de estado na Turquia, na quinta à noite, fiquei na dúvida se o que estava a acontecer era, efectivamente, uma tentativa verdadeira de derrubar Erdogan, por uma parte do exército turco ou se, pelo contrário, não seria uma mise en scène orquestrada pelo próprio presidente, para assim poder, perante o povo e o exterior, tomar medidas drásticas de modo a não só afastar todos os seus opositores, mas também impor restrições às liberdades fundamentais de um estado que se diz democrata (veja-se a celeridade com que, no seu discurso de ontem, lançou a hipótese de repor a pena de morte).
Com o desenrolar dos acontecimentos e não querendo enveredar por uma teoria da conspiração, cada vez defendo mais que o que aconteceu não passou de uma trama bem montada para atingir fins desejados. Posso estar enganada, mas prender seis mil pessoas, entre militares, magistrados e juízes, porque estavam de concluo na intentona de quinta na Turquia? Seis mil, por enquanto, pois tudo indica que mais prisões serão efectuadas. Não acredito!
Este acontecimento faz-me lembrar o episódio dos Távora: família nobre, crítica da política do reino, que ofuscava o poder absoluto do monarca e, subsequentemente, do próprio Marquês de Pombal e por isso acusada de ter querido matar o rei D. José, motivo mais que suficiente para ter sido perseguida e exterminada.
A História está repleta de ditadores e, apesar de se mudarem os tempos, os métodos permanecem quase imutáveis: um ditador será sempre um ditador, mesmo que tente disfarçar-se de democrata!  
Rebelião falhada ou farsa planeada? O futuro esclarecerá a verdade histórica dos acontecimentos de quinta-feira na Turquia!