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sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Momentos


Desejava eu ter ficado no sossego aconchegante de casa, enroscada no sofá, a assistir à fúria da Natureza, à zanga entre o vento e a chuva!
Que discutissem entre si, que barafustassem e se desentendessem desde que não me incluíssem nas suas confusões. Eu queria, mas não passou de um mero desejo.
Logo de manhã, mal o sol acordou – tão envergonhado que nem se destapou, escondido debaixo do atapetado de nuvens que o cobriam –, a negritude do horizonte prometia um dilúvio que acabou por desabar, mesmo em cima de mim, já quase a chegar à estação.
Em situações destas, não há chapéus-de-chuva que impeçam quem quer que seja de se livrar de uma enorme molha, de uma fenomenal encharcadela, de ficar ensopado “até ao tutano”.
Já no comboio, a caminho da escola e torcendo para que o tempo se aguentasse até lá chegar, recordei uma outra ocasião em que a chuva, fustigada de vento e trovoada, era tão intensa, era tão indomável, era tão bravia, que me inundou por completo e fiquei a escorrer água por todos os lados, mais parecia a personificação das Cataratas do Niágara!
Entre o ontem e o hoje, momentos únicos!