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terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Ainda o Meco



 O caso do Meco continua longe de estar resolvido. Por tudo o que se ouve, parece-me estranho determinadas decisões do juiz de instrução, nomeadamente na recusa em ouvir técnicos especialistas e os inspectores da PJ que poderiam elucidar dúvidas que pairam no ar.
Quem não deve não teme, e, numa situação destas, em que a verdade aparece muito embrulhada na incerteza, seria moralmente correcto proporcionar a maior transparência ao processo, para que se chegue a uma conclusão e assim serenar o espírito daqueles pais que necessitam, urgentemente, de concluir o luto iniciado em Dezembro de 2013.
Se eu estivesse no lugar de qualquer um deles, também não descansaria enquanto a verdade dos factos não fosse apurada e as incertezas dissipadas. Acho que têm direito a isso e não há nada nem ninguém que o impeça! 
Enquanto as dúvidas permanecerem suspensas em enormes pontos de interrogação e as respostas não convencerem, o processo nunca terá fim, mesmo que, institucionalmente, este venha a ser concluído e encerrado!
Sinceramente, é importante que o simbolismo patente na imagem de uma justiça cega, surda e muda, garante da imparcialidade na luta pela verdade, se alicerce, cada vez mais, nesta democracia que, por vezes, se fantasia de tudo menos do que, efectivamente, é.
Afinal de contas só se pretende a verdade: não a deste ou daquele, mas a verdade, a única, a genuína, do que sucedeu naquela fatídica madrugada independentemente de culpas e responsabilidades.