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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Pedaços


O ambiente de férias, descontraído e calmo, é propício à reflexão, ao encontro com o lado mais profundo e verdadeiro  de cada um, em  silêncios de pensamento.


Numa destas noites, de olhar perdido no azul da água do mar, sob o brilho de uma lua cheia e prateada, libertei os pensamentos  na brisa suave que pairava.
Eram pensamentos vagos? Precisos?
 Eram  pedaços de mim levados nos braços do vento, soltos nas ondas do mar, espalhados pelo areal.
 Voltarão, envoltos na espuma do mar!





domingo, 28 de agosto de 2011

Rotundas de Albufeira

Hoje em dia, são poucas ou quase nenhumas as cidades que não têm rotundas.

Há-as para todos os gostos, desde as mais simples às mais complexas, com poucos ou muitos enfeites, de acordo com a imaginação e a inspiração dos responsáveis pela sua concepção.




Nas minhas deambulações pelo país, tenho visto muitas e todas elas diferentes entre si. A maior parte resume-se a um espaço ajardinado, bem tratado e decorado com plantas, cheio de verde.


De todas as que conheço, as que mais gosto, pelo pitoresco que encerram, são as rotundas de Albufeira.
Nesta cidade algarvia, algumas das rotundas encontram-se relacionadas, de uma forma ou outra, com o mar, em todas as suas dimensões, com essa imensidão do Atlântico quase Mediterrâneo que banha esta zona costeira, recordando-nos a Expansão Marítima Portuguesa e os Descobrimentos.



Outras há, que parecem não ter nada a ver com nada. Provavelmente, meros elementos decorativos escolhidos ao acaso.



Nesta cidade, as rotundas servem-me de ponto de orientação. Não conheço nome de ruas nem de avenidas. A minha rosa-dos-ventos é cada uma das rotundas que me permite situar e saber para onde me dirigir. Estes locais são espaços encantadores que tipificam, diferenciam e caracterizam a cidade.
Se estas têm nomes, desconheço-os. Para mim serão sempre conhecidas pela rotunda dos relógios; rotunda do globo; rotunda das minhocas; rotunda da esfera armilar; rotunda do pescador.

Acreditem que são engraçadas, únicas e inesquecíveis.


sábado, 27 de agosto de 2011

Leituras

Estou de férias, quase a terminarem, é certo, mas ainda de férias!
 Sempre saboreei este período do ano como um tempo sem tempo de descanso e de prazer. Descanso das rotinas diárias marcadas pelos ponteiros de um monótono relógio.
Prazer para poder usufruir de pequenas coisas que me preenchem e ocupam estes dias de merecido lazer.
Na praia, debaixo da sombra de um chapéu, embalada pelo som das ondas a desfazerem-se na areia ou no silêncio da noite, refrescada por uma brisa que paira, vivo intensamente a mornice preguiçosa destes longos dias de Verão. E como sabe bem a sensação que invade cada bocadito meu!  
A leitura, sempre presente, permite-me momentos de recolhimento, de paz, de bem-estar.
Eu e o livro, eternos companheiros de jornada, entregamo-nos ao cúmplice gozo de decifrar sentidos, reinterpretar palavras numa viagem única à descoberta de cada autor. 
Momentos únicos, porque único é cada livro que eu leio, único é cada autor que eu selecciono, único é cada contexto de leitura em que me insiro.
Então, mergulho nos enredos imaginados, perco-me no silêncio de cada palavra lida, retempero-me no sossego de cada momento vivido.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Grandeza




As causas e as consequências não são meros ditames da vida.
Quando o Homem planeia, Deus sorri.  


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Algarve



No areal dourado, contemplo a vastidão do horizonte, até onde o limite do mar e do céu se confundem na distância do olhar.
Embalada pelo sussurro das ondas que se desenrolam na areia, espumando murmúrios do mar e pelo grito de liberdade no voo das gaivotas, perco-me em pensamentos soltos e leves buscando, na simplicidade da paisagem, a inspiração da escrita: e as palavras emergem na serenidade de mim, na calma do mar e na infinitude do horizonte, como castelos de espuma que se desfazem nas ondas que morrem na praia.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Albufeira



A parte velha da cidade não esconde a influência árabe que a especifica.
As casas, de arquitectura sinuosa, reflectem o branco caiado, característico de um clima mediterrâneo, cheio de sol, luz e calor.
Distraída, na calma de uma tarde que teima em não sorrir, contemplo o casario antigo, incrustado na paisagem a fazer lembrar a moirama de outrora.  
O contraste entre o novo e o velho espelha-se na construção existente: telhados e açoteias intercalam-se num traçado desordenado, como se o presente e o passado se imortalizassem na eternidade do tempo.
Albufeira, moura encantada de porte sereno e belo, onde o mar é mais calmo, a água mais transparente, o céu mais azul e o sol mais radioso.
 Ó cidade, aprisionaste-me, para sempre, na teia dos teus encantos.



sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Cidade eternizada

Sentada de frente para o Mondego, olho a minha cidade, no escuro da noite. As luzes cintilantes, aninhadas no ventre das margens  do rio, reflectem-se na quietude das suas águas que deslizam suavemente.
Tantas vezes a percorri e vendo, não a vi.
Coimbra, cidade antiga, outrora das tricanas e da boémia estudantil, cresceu à sombra da Universidade.
Coimbra do Bazófias, do Calinas e da Briosa, das serenatas e das noitadas, é a tradição no presente.
Coimbra, cidade única, onde o preto é alegria e esperança na capa e na batina dos estudantes.
Coimbra da canção, para sempre eternizada nas palavras do poeta, continua a deixar  saudade na hora da despedida!
Amo a cidade que, há muito, fiz minha.


quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Dias de Verão

Adoro as férias de Verão. 
Gosto de esquecer o tempo e baralhar as horas. 
Saboreio o ritmo de cada dia comandado por mim. 
Perco-me na calma da noite, curtindo o sossego dos silêncios da madrugada embrenhada na leitura.
Sim, adoro as férias, o Sol, o calor, as praias de  água tépida e calma, os gelados, as Bolas de Berlim e a Bolacha Americana.
 Adoro os finais de tarde, quando o Sol envergonhado se despede do dia e abraça o início da noite espalhando, pelo horizonte, o rubro da sua timidez.
 Deliciam-me as amenas noites de Verão, convidativas ao passeio, à conversa ou a um dolce far niente saboroso e tranquilizador.
Adoro quebrar as rotinas do ano e petiscar cada momento de um dia de férias.