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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Monumentos Humanos

O tempo passa demasiado rápido e só nos apercebemos disso, quando olhamos para o espelho e não reconhecemos a imagem reflectida.
Nessa passagem do tempo, espraiando-se num percurso de vida, de quase cinquenta anos, muitas têm sido as pessoas que conheci e com quem contactei. Umas, rápido de mais, como fumo esgueirando-se pela chaminé da vida; outras, num compasso mais lento,como as águas de um rio perto da foz: ficaram, permaneceram em imagens nítidas, que o tempo não consegue esbater; marcaram pela importância que tiveram no enredo da vida, pelo modo íntegro, vertical e corajoso com que enfrentaram os desafios que se lhes depararam, agindo sempre de acordo com os seus ideais, mesmos em contextos desfavoráveis, sem nunca desistirem dos sonhos almejados, tal como o marinheiro, que no alto da sua gávea, em pleno oceano,busca, na infinitude do horizonte, uma porção de terra, onde possa amarar e disfrutar do descanso merecido.
Este tipo de pessoas,com quem tive o privilégio de me relacionar, assemelho-as a árvores potentes, fortes, de raízes bem seguras no solo, que nenhuma tempestade consegue derrubar, mesmo que os elementos do tempo se conjuguem em frentes de baixas pressões,acompanhadas de furacões e chuvas torrenciais de pensamentos e palavras, empurradas pelo uivo do vento que parece gritar, sussurrando num murmúrio « desistam».
Este tipo de pessoas, são monumentos humanos e, tal como as árvores, também morrrerão de pé!