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sábado, 6 de março de 2010

Termas de São Pedro do Sul

A vila de São Pedro do Sul, estância termal, tranporta-nos aos primórdios da Humanidade, através da beleza contrastante da sua paisagem e dos vestígios históricos aí descobertos.
Perde-se no tempo o conhecimento do poder curativo das águas sulfatosas e quentes da vila.
Foram os romanos que desenvolveram a região, aproveitando a dádiva da Natureza para benefício do Homem. Estes construíram o " Balneum Romanum" e difundiram os benefícios das suas águas a todo o mundo ocidental.
No século XII, D. Afonso Henriques, reconhecendo a importância da região, concede-lhe carta de foral e cria o concelho de Vila do Banho.
A importância da terra acompanhou a passagem do tempo, ao longo da nossa história, testemunha das alterações políticas do país, mantendo sempre o seu prestígio entre Monarquia e República .
A alteração de "Caldas da Rainha Dona Amélia" para o nome actual, " Termas de São Pedro do Sul", foi a continuação natural da política republicana na substituição de todos os símbolos monárquicos.
Indiferente aos conflitos do Homem, São Pedro do Sul sobreviveu, palatinamente, às conturbações da História.

São Pedro do Sul

Amizade

"A firme decisão inicial, de não alongar o texto deste post, esfumou-se mal o comecei a redigir. No meu íntimo sabia que seria assim..."

O dia acordara enublado e chuvoso, cobrindo, com o seu manto cinzento, a Natureza, pincelando-a de cores frias.
Com a decisão tomada na véspera e o destino sabido, parti.
O tempo esgotou-se em reflexões, inspiradas na exuberância do verde e na beleza da paisagem, matizada pela neblina que a envolvia.
As sensações despertas, pelo ambiente, acordaram as emoções e hipnotizaram o lado físico do Eu, enquanto o espírito absorvia a tranquilidade da beleza exterior: dei-me!
Ladeada de verdes prados, enfeitados de penedos e fragas, a estrada encurvava-se nos desníveis do terreno.
De repente, no final de uma apertada curva, abrindo-se ao forasteiro, resplandeceu, em todo o seu esplendor, um cenário de contornos românticos, entre o casario e o verde molhado da vegetação, embalado pelo som ritmado das águas agitadas do rio Vouga, emprenhado pelas chuvas intensas do Inverno.
A paisagem, de uma beleza estonteante, inebriou os sentidos.
A razão da viagem aconteceu: reencontro calmo, sereno, envolto em olhares que se percebem, sem recurso a muitas palavras; abrimo-nos numa amizade partilhada, alicerçada no tempo; demo-nos na compreensão das diferenças; entendi uma verdade pura: numa amizade, cada amigo é único, importante. A amizade não se esgota na distância, no silêncio. A amizade respeita os tempos de cada uma das partes e dá-se sem exigências, apenas acontece!


"As ironias da vida acontecem: a lonjura da distância, gerada por um acaso da vida, permitiu o que a proximidade quotidiana adiava."