A Suíça pronunciou-se, hoje, em referendo, a favor da iniciativa “Contra a imigração em massa”. Este resultado vem pôr em causa o acordo com a União Europeia sobre a livre circulação de pessoas.
Esta vitória foi também a vitória do SVP (coligação de movimentos da direita nacionalista e populista) e possibilita uma leitura pouco simpática em termos de xadrez político: a ideologia defendida pela extrema-direita está a conseguir implantar-se e ganha cada vez mais força junto dos cidadãos. Em França, a Frente Nacional, o partido da extrema-direita dirigido por Marine Le Pen, agiganta-se e, segundo sondagens recentes, será o mais votado nas eleições europeias da próxima Primavera.
Entretanto, em Inglaterra, o Primeiro-Ministro, David Cameron, pretendeu que a “UE aceitasse impor limites à liberdade de circulação de futuros Estados-membros (só depois de atingirem um determinado PIB per capita seriam levantadas as restrições”).
Com uma Europa debilitada economicamente, a funcionar a duas velocidades, subdividida em Norte e Sul, agudizam-se as divergências ideológicas, políticas, económicas e sociais defendidas pelos diferentes actores políticos e cidadãos de cada estado.
A Europa já deveria ter aprendido com a História que ela própria protagonizou e ajudou a escrever.
O nacionalismo exacerbado conduz a situações limites em que a dignidade humana é esquecida, os valores deturpados e os fins justificam sempre os meios.
As movimentações que vão ocorrendo no xadrez político internacional preocupam-me.
O surgimento, a ascensão e a subida ao poder dos ditadores da Europa do século passado ocorreram em contextos económicos muito semelhantes ao que se vive hoje em dia.
É preciso não esquecer!
É urgente travar iniciativas que conduzam ao xenofobismo!
A desunião nunca foi – nem será - a estratégia mais inteligente para a solução dos problemas!
É urgente os dirigentes europeus ganharem juízo e aprenderem com os erros do passado.
Por que será que o ser humano não consegue viver, permanentemente, em paz?