Ela anda por aí,
em busca dos seres mais incautos, pronta a insinuar-se, de mansinho, como um
ladrão, sem fazer barulho e vai-se apropriando do hospedeiro para, no momento
certo, atacar e derrubar as defesas de qualquer um.
Nada melhor para
começar 2015 do que ficar de molho com uma daquelas gripes gigantescas como há
muito não tinha. Não fui eu, mas por este andar o contacto intenso com o vírus quer
presente nas urgências do hospital (um mar de gripe inundava aquele espaço)
quer cá em casa, só por muita sorte (talvez mais suor do que sorte, já que o
exercício físico, presente na ginástica e na dança, é uma boa ajuda para o
organismo combater os agentes agressores) eu não serei a próxima vítima a
abater na lista do meliante biológico! Quando se está doente, já dizia o meu pai, nada melhor do que a inactividade e a quietude para o organismo se restabelecer. A Natureza ensina-nos isso, basta observar o comportamento animal em contexto similar (nada que o meu pai também não afirmasse).
É curioso como as ideias se sucedem e atraem outras ideias e ainda mais quando nos apercebemos que os ensinamentos, aparentemente, mais inócuos da meninice, ocorridos em contextos completamente informais, se enraízam em nós e perduram.
Comecei a escrever sobre uma simples gripe e termino a abordar mecânica quântica...
Não há dúvida de que, neste texto, as minhas ideias se comportaram como as partículas elementares: deram um salto quântico sem passarem pelos estados intermédios (tirada influenciada pela leitura de “A Chave de Salomão”).