O início de um novo ano lectivo é sempre uma dor de cabeça para a maior parte das famílias que varia na razão directa do número de filhos que têm a estudar.
Se sempre foi complicado equilibrar a economia doméstica no mês de Setembro, este ano, com a crise a entrar na casa de cada um, as dificuldades económicas agravam-se, complicando as finanças dos agregados familiares.
E à medida que a frequência nos anos de cada ciclo se sucede, o preço dos manuais dispara.
Se a escolaridade é obrigatória, não há como alterar nem fugir a esta realidade.
O material é necessário, há que o comprar, há que o pagar.
O Estado comparticipa na totalidade os alunos subsidiados no escalão A e em metade os do escalão B.
Se o Estado paga os manuais, por que razão, no final de cada ano lectivo, estes não retornam às bibliotecas das escolas, criando assim um acervo considerável que seria distribuído, no ano seguinte, aos alunos que destes necessitassem?
Indo ainda mais além na ideia, por que razão não se implementa nas escolas um banco de livros? A ideia é fácil de ser concretizada. Bastaria movimentar os Directores de Turma junto dos seus alunos e semear a ideia.
A cidadania e o respeito pelo bem público, aprende-se, preferencialmente, praticando a teoria através de actos concretos.
Se todos os alunos que passassem de ano e não necessitassem mais dos manuais os entregassem à Escola, o Estado gastaria muito menos dinheiro e os encarregados de educação sentir-se-iam menos sufocados nesta altura crítica do ano.
Com tantas medidas a tomar para equilibrar as finanças do país e baixar o deficit público, não se percebe como é que os governantes se limitam a tomar soluções radicais de cortes nos apoios e esquecem-se de ir aos detalhes.
As escolas, com a autonomia que possuem, podem e devem implementar esta medida.
Todos ficariam a ganhar.