Translate

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Palavras

Às vezes perguntam-me onde vou buscar as palavras que enfeitam os meus textos.
Não sei, não as procuro.
No início, apenas as sinto, numa premência que me invade. Ainda sem forma, ainda sem corpo, nalgum qualquer recôndito lugar deste ser que eu sou, pedem-me que lhes dê sentidos que as signifique.
Aceito. Percebo-as. São partes de mim. Reflexos do que penso, do que sinto, do que sou.
Desnudam-me na simbologia que espelham.  
Eternizo-as em cada texto que escrevo.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Juntos

Ter um espaço de partilha onde, através dele, defendemos ideias, desnudamos o lado mais oculto de nós, desvendamos estados de alma para pessoas que, muitas vezes, nos são desconhecidas, é uma consequência cônscia de quem tem um blog.
Se a paixão pela escrita motivou a criação, a sua existência só se consubstancia através de todos aqueles que me lêem, de todos aqueles que diariamente procuram este espaço nas suas horas de lazer.
Vós sois a outra parte deste meu eu. Cada um de vós é co-responsável pelo meu blog.
Obrigada por me escolherem. Não imaginam o prazer imenso em vos saber aqui.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Vida

Quantas vezes erramos o olhar com que perscrutamos o que nos rodeia? Quantas vezes defendemos convictamente veracidades que mais tarde se desfazem em dúvidas? Quantas vezes afirmamos realidades que nos escapam?
A idade da vida ensinou-me os quão erróneos podem ser os julgamentos que fazemos, as conclusões a que chegamos, quando alicerçados em suposições que tomamos como certezas inabaláveis.
Vem isto a propósito da execução do afro-americano Troy Davis, condenado, nos EUA, à pena de morte por suposto homicídio de um polícia branco.
Nenhum ser humano tem o direito de tirar o que não pode restituir. A vida é um dom de Deus e apenas Ele a pode tirar.
Orgulha-me os nossos estadistas de visão que anteciparam a defesa dos direitos humanos nas decisões que tomaram.
Orgulha-me termos sido os primeiros a abolir a escravatura, a proibir a pena de morte.
O Homem mede-se pela coragem nos combates decisivos da vida, pela firmeza das convicções, pelo perseguir dos sonhos, pela não desistência no que acredita, no que  almeja.
A História não é dos fracos!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sentires



Revejo-te, em gestos de silêncio e ausência!
Recordo-te, em cada lembrança que chamo!
Sinto-te, no sossego dos meus pensamentos!

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Papéeeeeeeiiiis

O vídeo inserido neste post resultou da participação dos docentes da Escola Secundária Artur Gonçalves no Sarau do final do ano lectivo 2010/2011.
Este não é mais que uma paródia, crítica e irónica, à burocracia que invadiu as nossas escolas, à papelada infindável de preenchimento obrigatório a que os professores se vêem sujeitos.
No momento presente, em que o Sistema de Ensino vem sendo alvo de remodelações, Nuno Crato deveria desburocratizar a Escola, sob pena de os papéis serem mais importantes que o tempo necessário para a função privilegiada dos docentes: dar aulas.


PS: Recorde-se o caso de uma escola que, nos últimos 3 meses do ano lectivo passado, gastou 400 mil fotocópias.
 O número fala por si!

domingo, 18 de setembro de 2011

Despedida

retirada da Internet

O domingo passou-se numa calmaria, entre pequenos nadas, grandes tenuidades de um dia de descanso.
Um dia sossegado, cheio de um sol agasalhado a despedir-se do Verão, com um pé a entrar no Outono.
Um final de dia tranquilo a antecipar o início da semana.
Um quase final de estação que se vai cobrindo lentamente com tons castanhos e amarelados, com dias cada vez mais curtos.
É a Natureza a preparar-se para a sonolência dos dias de Inverno.

sábado, 17 de setembro de 2011

Fantasias


Enquanto ouvia as notícias das treze sobre o buraco financeiro na Madeira e ia escutando Alberto João Jardim, presidente desta região autónoma, numa das suas intervenções, a cheirar excessivamente a campanha eleitoral, não pude de sentir uma certa pena por aquele personagem.
Reclama pela falta de solidariedade do seu partido político no continente, pede ajuda aos madeirenses para conseguir ganhar mais uma eleição e, assim, ter hipótese de limpar a honra da região. Não será antes a sua?
Falta de solidariedade? A solidariedade conquista-se através dos nossos actos, é um processo natural entre gentes e não há solidariedade nenhuma que aguente a altivez, a soberba, a falta de educação que tem pautado a acção política e as intervenções deste senhor, há já muito tempo.
Sinto pena, sim. Pena de ver alguém que teima em não querer largar a cadeira do poder, alguém que se recusa a interpretar os factos, alguém que obstinadamente continua em querer permanecer, quando é de mais evidente que chegou a hora de se retirar.
Alberto João Jardim faz-me lembrar aqueles filhos que se dizem independentes, agem com a certeza da sua autonomia, uma vez que é fácil afirmar tal já que sabem continuar a ter, tecto, cama e roupa lavada à custa dos progenitores

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sabores

A que sabe a liberdade?
Sabe ao azul imenso do mar.
Sabe ao vôo das gaivotas no ar, em cruzados movimentos, planando nos céus da minha cidade.
Sabe ao eco do grito perdido no infinito do horizonte.
Sabe a dias de sol preguiçosos, sabe a madrugadas de brisa fresca, sabe ao brilho de uma noite de luar.
Sabe à força da Natureza em cada vida a brotar! Sabe a aromas adocicados na aragem primaveril.
Sabe a rosas com pétalas de certeza, sabe a cardos com espinhos de hesitação.
Sabe ao sabor de viver, neste doce desassossego, nesta ânsia de alcançar um querer e não querer.
Sabe a mim. 

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Uma entrada triunfal

Um dos problemas de quebrar as rotinas aquando das férias de Verão – sabe tão bem – é o voltar a entrar nelas.
Quase sempre nos primeiros dias de trabalho, a dificuldade em alinhar as horas de sono é imensa. Há que voltar a acordar cedo – como custa! -, há que coordenar as actividades diárias de modo a que o dia não estenda os seus braços pela noite dentro num namoro infindável.
Hoje, para iniciar bem o primeiro dia de aulas, o despertador não tocou, o gato não miou e eu acordei tarde de mais com a minha filha a exclamar: “ Mãe! Não tens aulas às 8:30?"
Nunca me despachei tão depressa, nunca corri tão veloz, nunca fintei tanto os minutos numa correria contra o tempo. Mas consegui!
Como o seguro morreu de velho, esta noite vou pôr a despertar os dois telemóveis, não vá o diabo tecê-las! 

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Fragilidade

Mais um final de dia na calma que precede a correria da azáfama do trabalho.
Apenas serenidade e uma leveza de espírito invadem-me no que sou e no que sinto.
Uma nova madrugada, no reencontro de mim, rodeada dos silêncios da noite que gritam palavras mudas, palavras que calam certezas, palavras adormecidas em forma de sentires.
Mais um início de noite que me chama para dentro de si, que me envolve no sossego meditado do seu abraço e me decifra gestos, entoações, olhares e silêncios. Percebo-o na sua linguagem silente, entendo-o nas palavras que não diz.
 Mais um início de noite em que me desvendo na  fragilidade aparente das palavras que me revelam. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Este nosso Portugal

Ontem, enquanto escrevia o texto para o post, atropelavam-se-me pensamentos sobre o nosso Portugal, sobre as decisões políticas dos últimos anos, sobre o modo como nos temos diluído face ao exterior. 
Em nome de uma unificação europeia, em nome de uma única voz portuguesa, perdemos a soberania, perdemos a moeda, perdemos a ortografia!
Um destes dias, ainda perdemos a Nacionalidade!
Porque perdidos, já andamos há muito!...

domingo, 11 de setembro de 2011

Desafios

O início deste ano lectivo seria igual a tantos outros, guardados na memória do passado, se não fossem as alterações introduzidas no Ensino.
O primeiro dia de aulas traz consigo grandes inovações e mudanças estruturais: nova ortografia, novos programas de Língua Portuguesa, novo modelo de avaliação docente, nova organização curricular.
É um ano de arranque, um ano de adaptação às novidades, às diferenças.
Os desafios são grandes e há que os vencer.
Confesso que a minha maior dificuldade será adaptar-me às alterações consignadas no Novo Acordo Ortográfico. Não vai ser fácil!
Aqui, neste espaço muito meu, continuarei a escrever da forma que aprendi há quarenta e três anos atrás.
Aqui, os acordos ficam do lado de fora!
Aqui, quem decide sou eu!





sábado, 10 de setembro de 2011

Está quase

Quando chega esta altura, poucos dias antes do arranque oficial do ano lectivo, pareço uma daquelas adolescentes entusiasmadas com a preparação do material necessário para as aulas: dossiers, cadernetas, estojo, entre muitos outros objectos.  
Tudo tem de estar direitinho para este início de mais um ano: planificações, grelhas e, acima de tudo, uma grande vontade em começar a trabalhar. Um gosto especial pelo que se faz e a noção da enorme responsabilidade que é ensinar e educar pequenos seres humanos que têm pela frente um futuro a construir. 
A minha actuação, como professora e educadora, influenciará, de algum modo, a vida destes jovens! 

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Memórias

Termino a noite embalada pela voz romântica e sensual de Julio Iglesias.
De vez em quando, sabe bem recordar “velhinhas” canções que fizeram parte da minha adolescência e que me acompanharam em momentos únicos e irrepetíveis de um passado impossível de esquecer pela riqueza da experiência de vida nele gravada.
Ao som de cada canção, deixo-me transportar pela candura das memórias e regresso àquele tempo, um tempo de despreocupações, de risos francos, de imaturidade, um tempo de crescimento e de aprendizagem.
Solto-me nos acordes da música e resgato o presente do passado. De novo os mesmos espaços, as mesmas pessoas, as mesmas emoções e até os mesmos cheiros de então. As festas  de garagem, a pureza dos primeiros namoricos e as desilusões que magoavam fundo, parecia que  nada mais importava, que o mundo acabava ali.  
Tanta inocência, tanto ainda para aprender, tanto caminho a percorrer naquele presente, passado!
Sorrio, na melancolia das lembranças, na saudade de um tempo que me formou, de um tempo que me ensinou a ser  o ser humano que, hoje, sou.  
Ao som da música, recosto-me e olho o vazio da noite enfeitado de imagens que só eu vejo, de sentires que só eu sinto, de pessoas que só eu amei, da forma peculiar que é a minha.
As sensações que se soltam das memórias vivas, invadem-me, apaziguam-me, serenam-me na tranquilidade de mais uma noite companheira que me aconchega no seu regaço.  




segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Detalhes

O início de um novo ano lectivo é sempre uma dor de cabeça para a maior parte das famílias que varia na razão directa do número de filhos que têm a estudar.
Se sempre foi complicado equilibrar a economia doméstica no mês de Setembro, este ano, com a crise a entrar na casa de cada um, as dificuldades económicas agravam-se, complicando as finanças dos agregados familiares.
E à medida que a frequência nos anos de cada ciclo se sucede, o preço dos manuais dispara.
Se a escolaridade é obrigatória, não há como alterar nem fugir a esta realidade.
O material é necessário, há que o comprar, há que o pagar.
O Estado comparticipa na totalidade os alunos subsidiados no escalão A e em metade os do escalão B.
Se o Estado paga os manuais, por que razão, no final de cada ano lectivo, estes não retornam às bibliotecas das escolas, criando assim um acervo considerável que seria distribuído, no ano seguinte, aos alunos que destes necessitassem?
Indo ainda mais além na ideia, por que razão não se implementa nas escolas um banco de livros? A ideia é fácil de ser concretizada. Bastaria movimentar os Directores de Turma junto dos seus alunos e semear a ideia. 
A cidadania e o respeito pelo bem público, aprende-se, preferencialmente, praticando a teoria através de actos concretos.
Se todos os alunos que passassem de ano e não necessitassem mais dos manuais os entregassem à Escola, o Estado gastaria muito menos dinheiro e os encarregados de educação sentir-se-iam menos sufocados nesta altura crítica do ano.
Com tantas medidas a tomar para equilibrar as finanças do país e baixar o deficit público, não se percebe como é que os governantes se limitam a tomar soluções radicais de cortes nos apoios  e esquecem-se de ir aos detalhes.
As escolas, com a autonomia que possuem, podem e devem implementar esta medida.
Todos ficariam a ganhar.

sábado, 3 de setembro de 2011

Recomeço


Terminaram as férias.  
Para trás ficou um tempo de lazer, um tempo de descanso que ajudará a enfrentar, com força e determinação, os onze longos meses de rotinas diárias que se aproximam.
Regressei à minha cidade "a tempo inteiro", pronta para o novo ciclo que se inicia e decidida a vencer os desafios que virão.