Enquanto ouvia as notícias das treze sobre o buraco financeiro na Madeira e ia escutando Alberto João Jardim, presidente desta região autónoma, numa das suas intervenções, a cheirar excessivamente a campanha eleitoral, não pude de sentir uma certa pena por aquele personagem.
Reclama pela falta de solidariedade do seu partido político no continente, pede ajuda aos madeirenses para conseguir ganhar mais uma eleição e, assim, ter hipótese de limpar a honra da região. Não será antes a sua?
Falta de solidariedade? A solidariedade conquista-se através dos nossos actos, é um processo natural entre gentes e não há solidariedade nenhuma que aguente a altivez, a soberba, a falta de educação que tem pautado a acção política e as intervenções deste senhor, há já muito tempo.
Sinto pena, sim. Pena de ver alguém que teima em não querer largar a cadeira do poder, alguém que se recusa a interpretar os factos, alguém que obstinadamente continua em querer permanecer, quando é de mais evidente que chegou a hora de se retirar.
Alberto João Jardim faz-me lembrar aqueles filhos que se dizem independentes, agem com a certeza da sua autonomia, uma vez que é fácil afirmar tal já que sabem continuar a ter, tecto, cama e roupa lavada à custa dos progenitores