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domingo, 28 de setembro de 2014

O se da certeza


Hoje, o Partido Socialista arruma a casa. Com os resultados das Primárias decide-se o futuro do maior partido da oposição e redesenham-se estratégias para o futuro.
Quem deve estar ansioso por saber o sentido de voto dos militantes e simpatizantes do PS são os partidos do governo e principalmente o primeiro-ministro com um pezinho do pensamento no imediato e outro nas legislativas de 2015.
Se ganhar o Costa, Pedro Passos Coelho tremerá do alto da sua tecno-fragilidade e 2015 começará a tornar-se uma miragem… Se ganhar Seguro, ainda há uma réstia de esperança.
Independentemente do tonight e do day after, esta bloguista garante aos seus leitores uma inevitabilidade: vence o António!










quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Ocaso



Fotografia de Mª Suzete M. Braga
Serra da Lousã

Sem nos apercebermos, passou um dia, um mês, um ano, vários anos e o tempo galopou, levando com ele parte de nós, bocados do que fomos e do que fizemos, do que demos e sonhámos.
Neste percurso de vida, uns partiram, outros ficaram e alguns tornaram-se ténues sombras,  pálidas imagens do que representavam, mas todos levaram consigo pedacitos de nós que se incrustaram nas memórias do que foi, do que existiu, do que significou.
Agora, quando a vida se despede  em aguarelas de ocasos,  pinceladas em deslumbrantes dourados e carmesins, ficam apenas as lembranças de quando não pensávamos no tempo e, simplesmente, acontecia, porque éramos, acreditávamos e não desistíamos ...









sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Improbabilidade ou a dificuldade em desnudar o pensamento


Contextualização (espacial, temporal e situacional): sala de aula; final da primeira semana do ano lectivo; avaliação diagnóstica no domínio da escrita em que se solicitava a redacção de um texto narrativo, no qual o aluno tinha de relatar um episódio inesquecível da sua vida escolar, real ou imaginado, passado numa determinada zona da escola, na companhia de colegas e/ou de professores.
Era este o tema pedido para a composição. O que se seguiu é o assunto da minha reflexão.
A primeira dificuldade dos alunos residiu em encontrarem, nalgum momento das suas memórias, um episódio marcante, digno de ser relembrado. Logo de imediato, para aqueles que não o tinham (ainda eram bastantes) surgiu o segundo grande obstáculo: imaginar, voar com o pensamento, reconstruir a partir do real, esculpir as ideias e modelá-las em palavras.
Estou a falar de jovens com onze, doze anos, a entrarem no sexto ano de escolaridade, com a frequência de cinco anos lectivos, o equivalente a cerca de quarenta e cinco meses de convívio, quase diário, mil trezentos e cinquenta dias de vivências partilhadas, dentro e fora de salas de aula, em contexto escolar e não conseguirem seleccionar, de entre tantas situações ocorridas, nenhuma especial que lhes tivesse tocado? Como se a Escola lhes passasse pela vida, em bicos dos pés, despercebidamente, deixando ténues pegadas neste percurso.
E o convívio? E as brincadeiras geradoras de laços vinculadores da amizade e do companheirismo, essência de relações que perduram para o resto da vida? Restam apenas memórias esbatidas desses momentos, sem significado afectivo, despejados de emoções?
E a capacidade de idealizar a partir do concreto, tão própria desta faixa etária? Onde se encontra? Perdeu-se? Não me parece, continua a existir em cada criança, em cada jovem, apenas se diluiu porque não é exercitada.
Esta geração nasceu e cresceu num tempo em que tudo, para além de ser dado, já vem formatado (os brinquedos; os entretenimentos; as situações; os rituais; os modelos; as manifestações das emoções; a vida, menos a capacidade de imaginar!).
Há muitos anos, num outro contexto, o poeta bradava “Não há machado que corte a raiz ao pensamento (…) ”. Caro poeta, quando o exercício (deveria sentir-se como simples, fácil e natural) de libertar as ideias e recriar novas formas, livres, genuínas, se converte num tormento incorpóreo, então, o improvável, o inimaginável, o impossível, parece ter sido conseguido.










sexta-feira, 12 de setembro de 2014

O lado negro de


Um destes dias ouvi, com uma certa perplexidade e algum receio, um dirigente religioso do auto-proclamado Estado Islâmico defender, veementemente, a ideia de expansão territorial para os países do Ocidente, com vista à difusão e posterior implantação do Islamismo ou melhor, do fundamentalismo islâmico, cego e déspota - como todos os fundamentalismos - a fazer lembrar o que sucedeu no século VII, aquando da expansão muçulmana.
Se este querer não for contrariado, torna-se poder e fazer e corremos o risco dos paladins desta ideologia ainda nos invadirem!  Não afirmaram já ser a Espanha berço seu por direito histórico (o reino de Granada perdurou na Península Ibérica até ao ano de 1492, finais do século XV)? Tal como no passado, voltarão a querer dominar toda a Al Andalus.
Como não me vejo de burka, nem privada da minha liberdade individual, nem anulada como ser humano só porque nasci mulher (entre muitas outras razões), peço: alguém detenha estes fanáticos perigosos que por onde passam só sabem deixar um rasto de terror, destruição e maldade!
Que o Deus (independentemente do nome pelo qual é invocado) nos proteja de semelhante sorte!










quarta-feira, 3 de setembro de 2014

As incertezas do presente


O Homem, desde que inventou as religiões, tem-se servido delas e dos deuses de cada qual para justificar algumas tomadas de decisão e consequentes acções contra os seus irmãos.
A História demonstra-nos a veracidade desta realidade.
Como podem os seres humanos invocar um deus – Aquele em que acreditam - para legitimar atitudes: vis, brutais, frias, desprovidas de positividade, contra os seus semelhantes e criar um clima de terror e instabilidade, escondendo-se do exterior, dos outros, envoltos em trajes negros - sempre as vestes negras-  (assim eram as dos Jesuítas, assim são as dos Jihadistas, como a negritude da sua alma)?
De repente, parece que o Homem desencadeou um processo de negação dos valores humanistas e, com as suas acções, se encaminha para um tempo caracterizado pelo retorno à barbárie, à lei do mais forte (física e socialmente, entenda-se), baseada na força das armas, na posição e estatuto sociais, no desencadear de um clima de medo e de pavor, em que a justiça, a inteligibilidade e a palavra, como forma de entendimento, como veículo de comunicação, perderam importância.
Para onde caminhamos?










segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Gestos de grandeza


No final do derby da capital, um jovem adepto benfiquista, trajado a rigor, exibia um cartaz dizendo "Rui Patrício, dá-me a tua camisola". O guarda-redes da nossa Selecção não ficou indiferente a tal pedido e ofereceu-lhe as luvas.
Bonito gesto a demonstrar a grandeza de dois seres humanos: do adepto e do jogador.
(Não resisto: obrigada, Artur!...)