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sexta-feira, 6 de julho de 2012

Até quando?

Será impressão minha ou este final de ano lectivo parece mais infindável, mais complicado que os anteriores? 
Desde que as aulas terminaram que não me consigo ver livre de papéis: PCT, exames, relatórios disto e daquilo, grelhas, actas, uma panóplia de documentos...
Se alguma dúvida ainda me assolasse, a realidade circundante grita-me que não é impressão minha.
A esta hora da noite, de volta da conclusão de um PCT, sinto-me no epicentro da burocracia, aquela que foi sendo, sucessivamente, introduzida, decretada pela vaga de políticos que vão ocupando o pedestal da governação. Burocracia não implica, necessariamente, qualidade ou grau de exigência. Parece-me que os políticos ainda não o perceberam. Geralmente, quando há insegurança no exercício do cargo desempenhado, os tecnocratas do poder refugiam-se na obrigatoriedade da papelada, procurando disfarçar a segurança que não sentem. Ilusões!
São estes políticos que impõem medidas - algumas completamente desnecessárias pois não acrescentam nada à qualidade do ensino e à resolução de alguns dos graves problemas que invadem as nossas escolas -que, na sua vida particular, servem-se dos conhecimentos e dos cargos partidários que desempenham, para ludibriarem o sistema, em proveito próprio e conseguirem obter, por meios muito dúbios – não lhe quero chamar outro nome - em tempo reduzidissímo, as qualificações académicas que têm tudo menos rigor, veracidade, transparência nos trâmites do processo.
Quando é que se começou a perder a vergonha, se fez da mentira, da trafulhice, do jogo baixo, do vale tudo, os valores morais de alguns?
A bola de neve ainda agora começou a rolar!