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sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Euro e nós

A propósito do jogo de ontem, algumas considerações. Efectivamente, o Cristiano Ronaldo é um portento: a arte com que brinca com a bola, a facilidade com que a maneja e a domina, a força e a destreza dos seus movimentos, tudo nele – independentemente de marcar ou não – o coloca entre o melhor dos melhores e que orgulho em o termos!
Quando jogamos com um espírito de equipa, quando a união do grupo é verdadeira, quando “esquecemos” o protagonismo de alguns e acreditamos no todo, ultrapassamos obstáculos, vencemos desafios, vamos longe!
Todos são importantes para a concretização de um objectivo, até aqueles que, na sombra dos sonantes, passam despercebidos. A sua importância é capital para o colectivo - João Moutinho é um dos exemplos.
E, por último: pobre país em que, já há muito tempo, as únicas alegrias que o animam e o fazem ter orgulho em ser um nobre povo, sãos protagonizadas pelo futebol!

terça-feira, 19 de junho de 2012

Para se cumprir

Esta tarde, bem perto da minha escola, ocorreu mais uma tragédia, semelhante a tantas outras que, ultimamente, fazem título de manchete.
Em Portugal, os crimes passionais têm vindo a aumentar a um ritmo demasiado rápido proporcionalmente ao número de habitantes que temos.
Não sei se é este tempo conturbado que atravessamos, se é uma espécie de delírio provocado pelas dificuldades crescentes que enubla o presente e, de certo modo, silencia o futuro, que provoca nas pessoas impaciência, irritabilidade, incompreensão e as leva a agir impetuosamente, sem se aperceberem da gravidade e consequências dos seus actos.
Quando a emoção se sobrepõem à razão e se age “de cabeça quente”, geralmente, dá mau resultado.
A vida é feita de derrotas e vitórias.
O passado é importante quando ajuda o presente e prepara o futuro.
Por muito difícil que seja, é imprescindível saber-se lidar com as emoções que os ganhos e as perdas afectivos geram em cada qual.
“Ninguém é de ninguém” e cumprir-se como ser implica, também, saber aceitar a partida-ausência de quem escolheu um outro caminho para trilhar.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

A pergunta

Agora que as aulas terminaram e o trabalho a desenvolver tem características muito próprias, retomei o hábito de ler por puro prazer.
Já desde o Natal que repousava, na mesinha de cabeceira, o “Último Papa" – temos bons autores portugueses. Na semana passada terminei a sua leitura e peguei na “Dama de Espadas”.
Com que delícia de escrita nos presenteia Mário Zambujal neste seu livro!
De uma ironia e um sentido de humor incríveis, como já nos habituara anteriormente, o autor diverte-nos com uma história a lembrar um pouco os ingredientes de certos romances de Eça de Queirós. Até o cenário nos remete para o paradisíaco e romântico ambiente natural de Sintra, tão querido a este autor realista do século XIX.
Cada livro que eu leio faz aumentar em mim a estranheza de haver pessoas que não gostam de ler.
Como é possível?

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Reinterpretar

Desde o Natal que repousava, discretamente, num sossego absoluto, escondido no meio de outros.
O tempo – pretexto invariável para o não acontecer – ou melhor, a falta dele, remetera-o para a estante daquela prateleira e ali ficara, aguardando ser lido.
Numa destas noites, em que o sono tardava, peguei-o por companhia e libertei-o do silêncio.
No sossego discreto da noite, apropriei-me de palavras, deliciosamente trabalhadas, urdidas pela imaginação do autor e reinterpretei-as num outro olhar:  o meu olhar.


terça-feira, 12 de junho de 2012

Especialização

Os finais de período e, particularmente, os de ano lectivo, com a carga burocrática a eles associada – cada vez aumenta mais -  provocam uma  angústia crescente que sufoca e manieta. São tantos os documentos a preencher, é tamanha a burocracia exigida que, por vezes, sinto-me perdida entre o papel e o digital, tragada pelas vagas de celulose virtual obrigatórias. Relatórios de Apoio, de Direcção de Turma, Tutorias, FICA, PIA, ACTA, PCT e a lista continua, infindável, irritável.
Cada vez mais, para além de professores, vamo-nos transformando nuns tecnocratas da documentação/papel.
Até quando?


sábado, 9 de junho de 2012

Acordar

O vendaval intensificou-se e, num redemoinho em espiral, sorveu tudo por onde passou, aniquilando, sem piedade nem remorsos, vidas, esperanças, sonhos.
Há muito que os indícios – despercebidos para a maior parte - apontavam para o desfecho que ninguém ousava sequer pensar, tal a força devastadora que ameaçava emergir da tempestade.
Na ignorância de muitos e no fingimento de poucos, vivia-se na abundância, mera quimera, utopia enganadora com prazo marcado.
Teciam-se planos, rendilhavam-se ilusões e o futuro imaginava-se tranquilo e risonho.
Sem mais, a realidade impôs-se: dura, preocupante, desesperante. O acordar para a verdade tragou, na força da enxurrada, vontades, certezas, quereres.  
Nos rostos marcados, nos espíritos doridos, vincados de rugas, dormentes de raiva, a angústia do devir, a incerteza do amanhã. 
Porém, uma réstia trémula de luz esbate as sombras escuras do presente, entreabrindo um rasgo de esperança.


sexta-feira, 8 de junho de 2012

Fim de tarde

Mais um dia que termina na sucessão infindável do tempo. Um dia feriado que deixará de o ser durante uns bons anos.
Sabe sempre bem, principalmente nesta recta tão atarefada de final de ano, um dia de descanso no trabalho obrigatório.
Por entre testes e mais testes, quebrando momentaneamente a azáfama de tanta correcção, aproveitei uma nesga de tempo e deliciei-me com um pratito de caracóis e um fino por entre dois dedos de conversa que se estendeu pelo final da tarde.
São momentos de descanso que retemperam as forças e acalentam a vontade para o que ainda falta acontecer.