O tempo – pretexto invariável para o não acontecer – ou melhor, a falta dele, remetera-o para a estante daquela prateleira e ali ficara, aguardando ser lido.
Numa destas noites, em que o sono tardava, peguei-o por companhia e libertei-o do silêncio.
No sossego discreto da noite, apropriei-me de palavras, deliciosamente trabalhadas, urdidas pela imaginação do autor e reinterpretei-as num outro olhar: o meu olhar.