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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A incerteza do futuro em forma de manifesto (do meu descontentamento)


Se há dias em que as ideias escasseiam e o ecrã se confunde com a alvura das palavras não escritas, outros parecem transbordar de assuntos, tal a diversidade e a pertinência de acontecimentos ocorridos.
Hoje foi um deles!
Por várias razões em simultâneo, o dia que agora finda, literalmente, tramou-me – isto para não utilizar o sinónimo calão deste tempo verbal que, apesar de não ser bonito de se ler, seria o termo mais correcto e fidedigno para exprimir o meu sentir!
Em nome do Estado, essa entidade sem rosto, mas que serve muitas vezes de desculpa para viabilizar decisões e acções tomadas pelos políticos, o Fisco - qual tentáculo de um polvo monstruoso – lembrou-se de mim e eu de um email, em forma de piada, a propósito da relação estreita, intensa e presente que este faz questão de manter com os contribuintes. Se ao menos tivesse sido para me contemplar com um topo de gama de alta cilindrada!...
No ginásio que frequento, uma das instrutoras foi "amigavelmente convidada" a sair, porque decidiu ser mãe!
Algumas pessoas deste país, na cegueira do imediato, comprometem o seu e o futuro dos outros, com tomadas de decisão muito pouco inteligentes. Esquecem-se que, muitas vezes, para se avançar é preciso recuar!
E a humanidade subjacente aos valores? Omitida, substituída, diluída, em particípios de esquecimento.
Ai! (esta interjeição encerra em si toda uma desilusão e uma dor de alma que há muito deixou de ser conjuntural para se tornar, completamente, estrutural). Há momentos em que, também eu, me apetecia fazer a trouxa, pegar na viola e demitir-me deste país, já que, há muito, o país* parece ter-se esquecido de todos nós, um pouco!




* Entenda-se por país, todos aqueles cujas acções e interacções nos têm vindo a fazer perder a esperança num futuro, cada vez mais delineado em forma de um enorme ponto de interrogação, muitos de exclamação e reticências sem fim...









quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

París - "La Boheme" (Charles Aznavour)





Este tempo sorumbático, vestido de inverno persistente, traz consigo a melancolia e a saudade: de um tempo, de um momento, de algo, de alguém? Não importa! Porque se viveu, porque se vive, porque se foi e se é!
Este tempo entristecido, coberto de um manto invernal, fustiga as palavras que se recolhem. Calam-se.
Resta a linguagem da alma. Também a dos sentidos, entrelaçadas de silêncio e de cumplicidade.


 









segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

O xadrez europeu

A Suíça pronunciou-se, hoje, em referendo, a favor da iniciativa “Contra a imigração em massa”. Este resultado vem pôr em causa o acordo com a União Europeia sobre a livre circulação de pessoas.
Esta vitória foi também a vitória do SVP (coligação de movimentos da direita nacionalista e populista) e possibilita uma leitura pouco simpática em termos de xadrez político: a ideologia defendida pela extrema-direita está a conseguir implantar-se e ganha cada vez mais força junto dos cidadãos.
Em França, a Frente Nacional, o partido da extrema-direita dirigido por Marine Le Pen, agiganta-se e, segundo sondagens recentes, será o mais votado nas eleições europeias da próxima Primavera.
Entretanto, em Inglaterra, o Primeiro-Ministro, David Cameron, pretendeu que a “UE aceitasse impor limites à liberdade de circulação de futuros Estados-membros (só depois de atingirem um determinado PIB per capita seriam levantadas as restrições”).
Com uma Europa debilitada economicamente, a funcionar a duas velocidades, subdividida em Norte e Sul, agudizam-se as divergências ideológicas, políticas, económicas e sociais defendidas pelos diferentes actores políticos e cidadãos de cada estado.
A Europa já deveria ter aprendido com a História que ela própria protagonizou e ajudou a escrever.
O nacionalismo exacerbado conduz a situações limites em que a dignidade humana é esquecida, os valores deturpados e os fins justificam sempre os meios.
As movimentações que vão ocorrendo no xadrez político internacional preocupam-me.
O surgimento, a ascensão e a subida ao poder dos ditadores da Europa do século passado ocorreram em contextos económicos muito semelhantes ao que se vive hoje em dia.
É preciso não esquecer!
É urgente travar iniciativas que conduzam ao xenofobismo!
A desunião nunca foi – nem será - a estratégia mais inteligente para a solução dos problemas!
É urgente os dirigentes europeus ganharem juízo e aprenderem com os erros do passado.
Por que será que o ser humano não consegue viver, permanentemente, em paz?








domingo, 9 de fevereiro de 2014

A verdadeira razão


Que pena, o grande derby da capital acabou por não se realizar!
Não é que a cobertura da “catedral” se começou a desfazer, mal o vento soprou com mais força?
Gozam tanto com o nosso estádio, mas afinal é bem mais seguro! Pelo que sei não lhe aconteceu nada e dista poucos metros do da Luz. O temporal que aí se abateu também se terá feito lá sentir e continua intacto.
Claro que com este incidente e com o sentido de humor que tanto nos caracteriza, as piadas não tardaram a surgir e a invadir as redes sociais.  
Termino este post com aquela que mais me fez rir, demonstrando um grande sentido de humor por parte do seu autor.


Afinal não era lã de vidro o que voava pelo estádio...








 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Axioma

 
“ (...) só morrem verdadeiramente aqueles que, depois de mortos, nós conseguimos matar também."

  Miguel de Sousa Tavares

 

 
 



segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Passado e presente ou a nobre arte de apreciar um bom café


Um dos aromas que muito me delicia é o do café!
Porque beber café é um ritual e, como todos os rituais, requer sabedoria e paciência nos pequenos gestos que o preparam, nos pormenores que o antecipam.
Lembro-me, quando passei por Espanha e depois visitei Paris, que a única ausência rotineira, que me fez crescer a saudade, foi a do café.
A falta do nosso café!
Que saudade daquele sabor penetrante, intenso, único e tão aromático!
Na altura, foi uma saudade superlativada, porque fumava.
A que propósito me recordo agora deste episódio? Porque, no descanso do guerreiro, entenda-se, depois de finalizar a elaboração de um teste de português, nada melhor para relaxar do que beber um delicioso café, bem nacional.
A única particularidade que enevoa o momento é a chuva persistente que não pára de cair, tornando o dia muito escuro e bem ensopado, daqueles que pedem galochas e resguardos para quem se aventurar no exterior.






 

 

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Pedido especial


Hoje, preciso de fazer um pedido muito especial a todos os portistas e benfiquistas leitores do meu blogue: não azarem muito o meu Sporting, daqui a pouco, está bem?
Já foram campeões, tantas vezes seguidas, já provaram o gostinho das vitórias, anos a fio, partilhem connosco o sentir dessa emoção e não torçam pela nossa derrota.
Combinado?
(Eu só espero que a minha equipa saiba aproveitar as abébias dadas ontem pelos seus rivais mouros e cristãos).
Começou!

Adenda: Que jogo de nervos! Que oportunidade desperdiçada! Que partida tão intensamente disputada, tão bem jogada!
O campeonato, este ano, promete ser renhido até à última jornada!






sábado, 1 de fevereiro de 2014

As ideias são como as cerejas


As ideias são como as cerejas: atrás de umas brotam, espontaneamente, logo, outras, num encadeado, mais que lógico, para quem escreve, mas, por vezes, não percebido pelo leitor.
O texto de hoje testemunha, na íntegra, estas palavras.
Indecisa quanto ao assunto a abordar, para uma apresentação oral a Inglês, no âmbito de “ O Voluntariado”, a minha filha ia afastando as ideias que lhe sugeria, com comentários do género “ Achas que isso dava uma boa apresentação? O que é que eu ia dizer? Num segundo esgotava o assunto!”, incerta na decisão e irritando-me com um dilema de fácil solução.
Por todas as razões, menos pela do mero acaso, lembrei-me da receita que lera na edição digital do Público, na secção “Life&Style Gastronomia”, na rubrica “Na ponta da língua” de Miguel Esteves Cardoso, intitulada “receita de salmão à preguiçoso”.
Afinal, o segredo não está no tema, antes na mestria com que se apresentam as ideias. Se houver arte na ponta da pena, não há de certeza assunto que não possa ser desenvolvido com qualidade.
E foi a partilha dessa conclusão que serviu para encerrar o pseudo dilema.
É difícil ser-se adolescente, mas mais difícil do que isso é ser-se mãe de uma adolescente!
Quanto à receita do salmão, se o resultado gustativo for tão delicioso quanto a subtileza do humor usado no texto instrucional, então está garantido o sucesso do petisco!
As ideias são ou não como as cerejas?