Translate

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Memórias

Termino a noite embalada pela voz romântica e sensual de Julio Iglesias.
De vez em quando, sabe bem recordar “velhinhas” canções que fizeram parte da minha adolescência e que me acompanharam em momentos únicos e irrepetíveis de um passado impossível de esquecer pela riqueza da experiência de vida nele gravada.
Ao som de cada canção, deixo-me transportar pela candura das memórias e regresso àquele tempo, um tempo de despreocupações, de risos francos, de imaturidade, um tempo de crescimento e de aprendizagem.
Solto-me nos acordes da música e resgato o presente do passado. De novo os mesmos espaços, as mesmas pessoas, as mesmas emoções e até os mesmos cheiros de então. As festas  de garagem, a pureza dos primeiros namoricos e as desilusões que magoavam fundo, parecia que  nada mais importava, que o mundo acabava ali.  
Tanta inocência, tanto ainda para aprender, tanto caminho a percorrer naquele presente, passado!
Sorrio, na melancolia das lembranças, na saudade de um tempo que me formou, de um tempo que me ensinou a ser  o ser humano que, hoje, sou.  
Ao som da música, recosto-me e olho o vazio da noite enfeitado de imagens que só eu vejo, de sentires que só eu sinto, de pessoas que só eu amei, da forma peculiar que é a minha.
As sensações que se soltam das memórias vivas, invadem-me, apaziguam-me, serenam-me na tranquilidade de mais uma noite companheira que me aconchega no seu regaço.