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domingo, 14 de fevereiro de 2010

A Alma do Mundo

A metereologia anunciava a chegada de uma massa de ar frio vindo do Pólo Norte que faria descer as temperaturas nos próximos dias.
A constatação da veracidade da notícia não se demorou a fazer sentir.
De facto, o frio anunciou-se: estendeu-nos o seu manto debruado de geada e orvalho e envolveu-nos num abraço gélido, cortante.
Com esta descida rápida da temperatura, o quentinho da lareira tornou-se apetecido, aquecendo corpo e espírito.
As labaredas que se desprendem, de um tronco de carvalho a arder , aquecem o ambiente circundante, amenizando- o.
Sentada em frente à lareira, fixo o olhar nos tons fortes que irradiam dos troncos a arder e esvazio o pensamento. O nada conquista-me as ideias e deixo-me transportar para o coração da chama tremeluzindo, seduzida pelo som do crepitar da lenha seca. De repente, já não sou eu, o espírito vagueia, hipnotizado pela magia da dança do fogo. Deixo-me ficar, inebriada pela sensação de bem estar que me invade o ser.
O fogo, em chamas cada vez mais ténues, despede-se da noite e, lentamente, apaga-se, numa mornice apetecida. As brasas incandescentes convidam-me a despertar do sono acordado em que mergulhara.
Por momentos, percepcionei a alma do Mundo e a harmonia unificadora dos seus elementos.