Translate

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Lembranças


O calor abafado e quase irrespirável destes últimos dias transportou-me para um tempo, bem lá atrás, já tornado acervo das minhas memórias, que me fez relembrar Formilo. Sempre Formilo recordado com carinho e muita ternura e muita saudade.
A canícula abrasadora que preguiça a vontade, outrora e agora, faz apetecer o nada fazer, na procura de um abrigo fresco e revigorante que amenize a soalheira dos dias.
Nesse tempo, em que as férias eram passadas na pacatez aldeã, as tardes de Agosto, quando o calor apertava e a moleza despertava, eram passadas na penumbra fresca e saborosa do casarão beirão erguido num granítico baluarte.
Lá fora, apenas o cri cri das cigarras cortava o silêncio da vida que parecia suspensa, quase adormecida nas tardes preguiçosas e tranquilas que se estendiam sem tempo, sem pressa.
O casarão permanece lá, implantado no coração da aldeia, não esquecido, mas distante, perdido na beleza da paisagem serrania que embala os meus sonhos acordados.
Sempre Formilo: intocável, firme e altivo, guardião de inúmeras histórias de vida que se sucedem através de gerações.