Num momento deste dia, reencontrei-me com as lembranças de Formilo – aldeia situada no distrito de Viseu e relativamente próxima da cidade de Lamego onde, desde pequenina, passava as férias grandes.
Hoje, revivi, de novo, as sensações desse tempo do passado, mas num outro espaço e num contexto diferente.
Esta tarde, ao sentir, outra vez, o cheiro do campo, o aroma de pinheiros e eucaliptos, a poeira que matizava o ar à passagem por carreiros de terra batida, o calor tórrido de um sol abrasador afagando a face e os braços, a brisa morna que, de mansinho, se insinuava e suavizava a canícula da tarde, os larápios roedores, de orelhas espetadas, por entre as vinhas a saltitar, fez crescer, em mim, uma saudade imensa, uma nostalgia intensa desses dias de felicidade, de risos e brincadeiras próprios de quando se é pequeno e tem-se um mundo a conquistar.
Esta tarde reencontrei-me, mais uma vez, com o meu passado e percebi que a relação de afectividade e de emotividade que estabelecemos com os lugares, as pessoas e os acontecimentos, determina a importância que lhes conferimos e, por isso, tornam-se recordações que guardamos na memória dos afectos.