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sábado, 26 de junho de 2010

Caixinha de noz

Não é todos os dias que ocorrem situações daquelas que, inquestionavelmente, pelo pitoresco que encerram, são casos quase únicos.
Hoje aconteceu uma delas.
Um destes dias, a minha mais pequena trouxe para casa uma caixinha de louça, pequena e acastanhada em forma de noz, que lhe saíra numa rifa: um daqueles objectos que são oferecidos, quase por “obrigação”, consequência do consumismo moderno, mas que na realidade ninguém quer para nada e mal surge uma oportunidade desfazemo-nos deles sem pensar duas vezes.
A caixinha chegou e foi logo esquecida num canto qualquer.
Hoje, reapareceu por cima de uma mesa e quando lhe peguei, por entre impropérios e com vontade de a deitar para o lixo, reparo que, numa das partes que a compunha, ainda eram visíveis as palavras que lhe foram gravadas por entre letras quase sumidas: “Vera… João, agrade…, 06/99 “.
Afinal a caixinha, em forma de noz, era uma lembrança de casamento, que é comum oferecer-se aos convidados num gesto de carinho e respeito.
Reformulando o ditado popular, é caso para dizer: "Dão os noivos nozes a quem não tem dentes!..."