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domingo, 4 de março de 2012

Na tranquilidade de mim

Abro a página em branco e aguardo que as palavras brotem naturalmente, ganhem sentidos, me desnudem o pensamento. 
Abro esta página, virginalmente alva e pura e espero, quase adormecida, meio entorpecida, aquecida pelo calor reconfortante, pelo quentinho agradável que se desprende do crepitar da madeira seca que arde na lareira, envolta em labaredas alaranjadas. Fixo o olhar nas formas dançantes, tremeluzentes que se desprendem dos fogachos incandescentes, dou-me em palavras prenhes de sentidos.
Na roncice de uma tarde, languidamente preguiçosa, escrevo e, em cada palavra pensada, em cada palavra liberta, solto reflexos de mim.