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quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Outrora


Há pouco, numa nesga de tempo, entre as inúmeras rotinas domésticas, dei um pulito ao café e, enquanto aguardava pelo pão quente que sairia do forno, entretive-me a ver TV. Na RTP 1, passava o Natal dos Hospitais.
Quando eu era pequena, este dia era ansiosamente esperado, antecipadamente saboreado pelo prenúncio da aproximação do Natal, pela certeza de uma tarde bem passada com o entretenimento dos artistas mais acarinhados do público.
Nesse dia, a criançada esquecia-se do bulício das brincadeiras e aquietava-se em frente ao ecrã da televisão a ver desfilar cantores, actores, cómicos, apresentadores envoltos no glamour próprio do mundo dos artistas.
O Natal dos Hospitais atravessou várias gerações na importância que significou.
Hoje, quase se dilui na imensa e apelativa programação oferecida pelas várias estações televisivas da concorrência e já não cativa nem crianças nem adultos. Perdeu a importância que outrora tivera.
Como tudo na vida, a relevância de um dado facto, substância ou ente, é relativa e depende da conjugação de vários factores.  
O passado, quando se veste de presente, jamais se delineará com os contornos de antes.
É uma das certezas da vida.