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sábado, 16 de abril de 2011

E o Vento...

Aqui, sentada no sossego da noite, escuto.
Lá fora, o vento brame, buliçoso e travesso. Num desassossego constante, sinto-o correr por entre prédios e casas. Não pára quieto! Será o mesmo que o poeta cantava na sua trova?
Chamo-o.
Num reboliço intenso, eis que aparece. Pergunto-lhe notícias do meu país.
Desta vez, o vento conta a desgraça, o vento tudo me diz.
Antes de partir, contempla-me seriamente, quem sabe se recordando uma outra situação?
Olha-me, e na tristeza do seu olhar espelha-se a angústia da verdade encerrada nas respostas.
Retira-se, soltando-se na noite escura.
De novo, leva consigo sementes de esperança.