Agora que o
Mundial terminou para nós e depois de assistir ao último jogo com o Gana,
deu-me umas ganas de pegar nas palavras e aparvoar com elas!
Enquanto via o
jogo, por entre uns finos bem gelados, uns amendoins crocantes, uns falhanços
de Cristiano e um público desesperado, eis que, de repente, tive uma ideia: por
que é que Portugal não se candidata à organização do próximo Mundial de Futebol,
em 2018? As infra-estruturas já as temos: os estádios construídos para a realização do Euro 2004! Bem sei que muitos deles se tornaram uns autênticos fantasmas, pálidas imagens do esplendor da época, mas nada que uma boa pintura, um corte de ervas daninhas e um desalojamento temporário das luras não resolva.
Num gesto de “cortesia”, instalamos o quartel-general da selecção alemã num monte alentejano e a disputar os jogos lá bem para o Norte Interior. Com esta estratégia matamos dois coelhos de uma só cajadada: rentabilizamos o aeroporto de Beja – a pista deve estar perdida no meio do matagal invasor (mandamo-lo, também, limpar) - e desgastamos fisicamente os jogadores, com tantas viagens.
Quanto a Portugal, a escolha do local de concentração será unânime: algures no Litoral Norte para que a suavidade do clima, influenciado pela proximidade do oceano, amenize os problemas musculares dos jogadores e lhes permita darem um saltito até à praia e mergulharem nas águas frias do Atlântico para enrijecerem aqueles músculos doridos – poupa-se no gelo – durante as folgas consentidas pelo seleccionador, enquanto este, do alto de um promontório, procura, na imensidão do mar que se estende à sua frente, a inspiração para a táctica perfeita, qual Infante D. Henrique do século XIX.
Com tanto mar a rodear-nos, ninguém se admirará quando metermos água!
(Adenda: a começar por mim, na escrita do século...É lógico que me referia ao século XXI e não XIX).