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terça-feira, 17 de maio de 2011

Este meu País


A noção de que o meu país anda à deriva, desencontrado, perdido nas mãos de políticos que da arte de governar pouco ou nada percebem, é cada vez mais evidente.
Tomam-se decisões que pecam pela falta de congruência. A lógica que as preside varia consoante os interesses a atingir (e geralmente são sempre políticos ou económicos).
Neste meu país, parece que tudo funciona ao contrário, tal como uma imagem devolvida por um espelho: o normal passa a anormal e o insólito já não admira.
Os exemplos são mais que muitos e rodeiam-nos. Basta estar-se atento.
Neste meu país, o Estado, dirigido pelas mãos de políticos “imberbes”, tudo pode: legaliza quase tudo, paga quase tudo, até as/das coisas mais inacreditáveis: casamentos homossexuais, interrupção voluntária da gravidez, toxicodependência, preservativos nas cadeias, não há entraves de qualquer espécie!
No entanto, experimentem tentar comprar os habituais comprimidos para dormir sem receita médica e verão os entraves que logo, aí, se levantam: olham-vos com ar suspeito, duvidam da razão da compra e aconselham-vos a dirigirem-se às urgências de um qualquer hospital onde, após várias horas de espera – porque afinal não é um caso urgente – são recebidos por um médico estagiário que, depois de ouvir o discurso, já gasto de tanto ser dito, acaba por passar a bendita receita.
Entre muitas ilações a fazer, realço esta: A lei permite que qualquer mulher possa impedir o acontecer do destino de um ser humano indefeso, abortando, mas não permite que um ser humano adulto, consciente e lúcido se responsabilize pela compra de uns simples comprimidos para dormir!