Paulatinamente, os dias, com sabor a sol e terra, vão-se despedindo do Verão, muito de mansinho.
Os finais de tarde cobrem-se de nuances, pintalgadas de cores e aromas que me fazem lembrar Formilo. Como se o tempo, num compasso ilógico e intemporal, me resgatasse do presente e me pousasse num outro presente do passado.
Recuo nas memórias afectivas: intensas, imensas. Afundo-me na tranquilidade e no sossego apaziguador que as recordações me transmitem.
Mais um final de tarde que se desprende e explode em cheiros e cores: doces, agrestes, pintado de cor de laranja e amarelo.
Outrora e hoje, perco o olhar para lá do horizonte. Abandono-me à beleza de um final de dia, ao entardecer. Despeço-me.