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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Como uma bola de neve


Por entre umas peripécias de final de dia, ia ouvindo as últimas notícias sobre a política nacional.
O orçamento foi entregue e com ele fica a certeza de que para o ano as coisas vão piorar, substancialmente, para cada um dos portugueses que vive neste pequeno quase rectângulo.
Sinceramente, não vislumbro solução nas medidas tomadas. Pelo contrário, parece-me que nos vamos enterrar mais e mais e mais e enredarmo-nos no nosso desespero.
Como eu gostaria de estar equivocada e, daqui a um ano, poder reler este texto e concluir que, afinal, estava enganada nos juízos que fizera e que os especialistas na governação do meu país tiveram visão e tomaram as medidas acertadas contra tudo e contra todos.



domingo, 14 de outubro de 2012

In extremis


O amor, independentemente das diversas formas que tome, é, sem dúvida, uma fonte de energia, positiva, que dá carácter às nossas acções, fortalecendo-as e suaviza o olhar com que encaramos o que nos circunda.
Sim, acredito que cada um de nós tem o poder de emanar tanto energias positivas como negativas, poder esse que, inevitavelmente, acaba por influenciar  quem e o que nos rodeia. Quer umas quer outras energias, quando extremadas, tornam-se avassaladoras, devastadoras até.
 Em ambos os casos há, sempre, um sentimento intensíssimo que as alimenta e as faz crescer, mas ao mesmo tempo – o contraponto em forma de ironia – impede o ser que as emana de se libertar e maturar-se como pessoa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Metáfora


A comemoração oficial deste feriado, em Portugal, rodeou-se de um cómico de circunstância: a pompa cerimoniosa do hastear da bandeira teria sido igual a todas as anteriores, não fosse os protagonistas do acto terem-na colocado de cabeça para baixo.
O símbolo da República, solenemente, içado pela mão do seu legítimo representante, subiu com as quinas viradas ao contrário sem que ninguém dos protagonistas e dos convidados se ter apercebido do facto.
Ironia, das ironias, neste dia em que, pelo menos, nos próximos cinco anos, não se comemorará, oficialmente, a  Queda da Monarquia e a Implantação da República.
Foi, constrangedoramente, um momento repleto de metáforas!