Não foram os discursos institucionais e esquecia-me, por completo, que o descanso de hoje não se deveu a ser um domingo, igual a tantos outros, mas antes uma segunda-feira de feriado.
Um feriado borralhento prestes a lacrimejar, deslembrado do Verão ou então baralhado com a confusão em que o país mergulhou.
Em dias assim, em que o lá fora é apenas vislumbrado através da vidraça do escritório onde me encafuo, não me importo que o dia se entristeça de cinzento e ameace chorar.
Deixá-lo calado e amuado, de costas voltadas ao Verão. De novo há-de sorrir, irradiar felicidade, perder-se por entre as traquinices da infantilidade da idade e desafiar-me a sonhar com as férias e o descanso.
Por ora, volto-lhe as costas e finjo não o ouvir rezingar.