2 de Fevereiro de 2010, a notícia explodiu em todos os Orgãos da Comunicação Social: Mário Crespo, conceituado jornalista, colaborador do Jornal de Notícias, viu um artigo seu, ser impedido de sair na edição de hoje.
Nesse artigo, de opinião, o jornalista fazia referência a um almoço havido, num conceituado hotel, da capital, entre o Primeiro Ministro, José Sócrates e alguns membros do seu staf, no qual participava, também, um executivo da televisão.
Mário Crespo descrevia o teor da conversa que, pelo tom e intensidade de voz dos interlocutores, fora audível a quem se encontrava nas mesas em redor.
Nessa conversa, segundo fontes fidedignas, que o jornalista afirma possuir,discutia-se o incómodo que as críticas dos seus artigos têm vindo a provocar ao visado: José Sócrates.
É do conhecimento público, a opinião que este jornalista sempre defendeu em relação às políticas do Primeiro Ministro. Hoje, seria mais uma de entre muitas, mas foi silenciada por motivos que escondem-se na razão.Medo?
E este episódio fez-me recordar um tempo em que, também, era proíbido opinar-se de maneira diferente.
Um tempo, em que as palavras consentidas eram propriedade só de alguns.
Um tempo, em que as diferenças de opinião e de pensamento eram sonegadas a qualquer preço e de qualquer modo: os meios justificavam os fins.
Um tempo, em que a diferença de pensamento resistia a todos os ataques, em que os discursos impróprios e indesejados, pelo poder, nasciam de partos difíceis, pelas mãos dos que, sempre, fizeram da palavra a única arma capaz de vencer o autoritarismo, a arrogância, a falta de visão. Aqueles que, contra a força do poder, responderam com a força das palavras, com a força do querer, com a força de um sonho...
Hoje, dia 2 de Fevereiro de 2010, mais um contraditório foi silenciado!
Hoje, 2 de fevereiro de 2010, os ideais de Abril distanciaram-se um pouco mais.
http://sol.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=161453