No telejornal de hoje, da estação televisiva SIC, a dada altura, o repórter questionava o público se sabia qual o país mais feliz do mundo, ou, dito de uma maneira mais correcta, qual seria o país com o nível de vida mais elevado e com o maior grau de satisfação por parte dos seus habitantes. A resposta não demorou muito. Um país do Norte da Europa, a Dinamarca.
Aqui, o Estado proporciona aos indivíduos um nível de vida, do mais elevado que existe,em termos de apoios económicos e sociais, qualquer que seja a etapa de vida em que se encontrem.
As imagens passadas testemunhavam o dia-a-dia de um povo que, há muito, percebeu a importância da consciência social para o bem comum, alicerçada na responsabilidade de cada um para o uno social. As intervenções de todos os que acederam a participar na reportagem, foram o exemplo da mentalidade de um povo, consciente, maduro, e socialmente adulto.
A comparação com o nosso país foi inevitável, constante, à medida que as imagens iam passando e as informações eram veiculadas.
Desde boas condições de trabalho até apoios sociais vários, qualquer que seja o nível etário do indivíduo, nada é descurado.
Como é que a Dinamarca consegue, então, tal feito? Alcança-o devido a uma questão de mentalidade do seu povo. Os dinamarqueses não se importam de ser o país em que se cobra os mais elevados impostos da Europa, pois sabem que esse dinheiro vai contribuir para o bem-estar de todos . Têm consciência de que o Estado gere o dinheiro público com o objectivo único de contribuir para o desenvolvimento do tecido social. Na Dinamarca ninguém foge aos impostos e todos os que recebem subsídios, vêm essa situação como transitória, pois sentem vergonha de estarem a ser “governados” pelos que trabalham. Na Dinamarca, não se recusa emprego, trabalha-se! Na Dinamarca não há mordomias para os poderosos, quaisquer que eles sejam . Na Dinamarca “faces ocultas”, “Freeport” “ Independentes” e casos semelhantes não existem, são impensáveis, porque é uma questão de mentalidade de um povo!
Será que algum dia a situação descrita poderá concretizar-se em Portugal?
Apesar de optimista por natureza, duvido muito e mais uma vez relembro uma das frases proferidas, na faculdade, por um grande mestre, Vitorino Magalhães Godinho. Dizia ele que, numa sociedade, o que demorava mais tempo a evoluir, transformando-se, eram as mentalidades
Desde 1143, que a areia desliza na ampulheta, numa contagem decrescente do tempo!
Haja esperança!