A surpresa pelas maravilhas naturais desta localidade ganha outros contornos se aliarmos ao gosto pela descoberta o benefício que advém do contacto estrito com a Natureza. Em comunhão com a paisagem circundante, o visitante é envolvido pela fragrância da beleza natural com que a Serra o presenteia, como se esta o chamasse para lhe desvendar locais enigmáticos, de rara formosura, qual obra-prima da Natureza, carregados de um passado rico em acontecimentos mundanos e sociais.
O percurso pela “rota do romantismo” deverá ser feito a pé, por entre a estrada antiga, que serpenteia a serra. Entre curvas e contracurvas, repletas das mais variadíssimas espécies de árvores, sobressaem diferentes tonalidades de verde, num quadro policromático. As copas largas, frondosas, de uma densa vegetação, oferecem sombras apetecíveis para quem ousa percorrer, a pé, os caminhos que conduzem a locais paradisíacos, despercebidos a olhares menos atentos.
Continuando na senda do percurso romântico, a pouco mais que uns quinhentos metros da vila, incrustada na paisagem da encosta, é-se surpreendido por um conjunto paisagístico que constitui uma das mais belas e enigmáticas quintas que rodeiam a vila: a quinta da Regaleira. Um espaço de uma subtileza sem igual, a quinta, hoje património da Câmara Municipal, constitui um ex-líbris da região. O visitante é surpreendido pelo magnífico conjunto que a constitui, misto de natural com muita intervenção humana. A quinta na sua concepção foi, toda ela, pensada aos mais ínfimos pormenores, nada tendo sido descurado pelos mentores de tão audacioso projecto.
A Regaleira pode-se considerar um hino à Natureza, uma homenagem ao Romantismo de quem intuiu a importância subtil dos pequenos grandes pormenores que marcam a diferença do resto banal e déjà-vu.
Vale a pena incluir este espaço proporcionador de êxtase afectivo, inundado de calma, relaxe e muita tranquilidade em perfeita comunhão com a Natureza no roteiro turístico de umas próximas férias.
(continua)