Uma sensação de bem-estar pleno invade-me nesta noite calma e tranquila de um Setembro bem-disposto, queimado pelo Sol de Verão que, pausadamente, continua o seu percurso na elíptica do caminho a percorrer.
Lá fora, os elementos naturais, indiferentes ao tempo, soltam-se no espaço na cumplicidade da noite que os abraça.
Atraída pela brisa morna que me chama, olho a noite escura, enfeitada pelo cintilar prateado das estrelas do céu, fecho os olhos, inspiro o ar que me enleia e agradeço - Lhe a serenidade envolvente que me tranquiliza o espírito. Sinto-me transportada nos braços agitados do vento, que em tropelias marotas, desperta a ramagem sonolenta das árvores ancestrais: solto, bravio, livre.
Não sou mais que um microcosmo, uma minúscula partícula no conjunto do Universo, sou nada e sou tudo, sou a parte de um todo.
Nesta noite quente e calma, eu sou a aragem traquina, eu sou espírito, sou alma, sou afecto, sensações, sou murmúrios, sussurros de mim própria.
Nesta noite amena e tranquila quero ser o vento solto, a brisa morna, o fascínio da noite, o brilho das estrelas, a elíptica do Sol.
Eu quero perder-me para me encontrar e, na imensidão do Universo, descobrir o meu lugar.