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domingo, 20 de fevereiro de 2011

Tentação

Hoje, despertei bem cedo para o Domingo!
Os deveres profissionais pendentes obrigaram-me a acelerar o ritmo prazenteiro que qualquer Domingo deveria ter.
E para enfrentar uma tarde inteira de trabalho, nada melhor que uma apetitosa e saborosa refeição, já que mais nenhum prazer, este dia, me iria possibilitar.
Assim, enfrentei a cozinha com ar decidido e pronta a preparar um petisco que me sorrisse.
Uma crepitante quase massa à bolonhesa no forno – a Itália sempre me fascinou na intensidade que coloca em tudo – despertava-me os sentidos, numa provocação descarada ao apetite, pelos sabores pressentidos.
Defrontei com ímpeto o manjar pecaminoso para o corpo, mas balsâmico para o espírito.
Perdida no meio de tanta massa e queijo fondue - com um sentimento de culpa a transbordar, ainda mais que o queijo derretido da massa – consegui finalmente compreender o estado de alma de Elizabeth Gilbert, autora de “Comer, Orar, Amar”, quando atacava os apelativos pratos da cozinha italiana.
Como é difícil resistir a tamanha tentação, pensava eu, enquanto me deliciava com mais uma garfada!

Reflexo

O reformular a estrutura do blog foi uma decisão já há algum tempo pensada. 
Na vida nada é imutável, e se o blog reflecte muito de mim - porque me dou em cada texto escrito, me decifro em cada imagem escolhida, me desvendo nos silêncios e ausências momentâneos - então, esta nova apresentação surge, naturalmente, como a imagem reflectida num espelho: a imagem de mim, como um ser em constante mudança,  em permanente evolução, na descoberta de si próprio. 
Esta tarde, na recente página "Quereres" escrevia "O "Desafioos", que começou por um mero desafio, tem-se vindo a revelar uma surpresa bastante agradável, entusiasmante, apaixonante, um bálsamo para o espírito.
Criado com muita paixão, e escrever sê-lo-á sempre, o "Desafioos" emerge na demanda da lenda pessoal, dando asas à imaginação,com um toque de inspiração por entre estados de alma.
A vida é uma constante aprendizagem, num percurso muito pessoal, em que cada trilho a explorar possibilita viagens (in)imagináveis e desafiantes."
Hoje, iniciei uma nova.  


sábado, 19 de fevereiro de 2011

Quase texto

Gosto das sextas-feiras. Sabem a descanso e a um doce não fazer, a não ser por prazer.
Gosto das sextas à noite pela sedução do não compromisso, das horas sem hora, do tempo esquecido, perdido, por entre afazeres plenos de lazer.
Gosto das sextas, quase sábados, e do aroma a fim-de-semana.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Fúria da Natureza

O dia chegou ao fim embrenhando-se nas profundezas da noite. Lá fora, o vento tempestivo solta uivos de fúria que nem a doce madrugada consegue aplacar. As nuvens, de humor acinzentado, barafustam entre si, soltando lágrimas num pranto convulsivo, enquanto o ribombar dos trovões parece acompanhar a ira dos elementos.
Algures, num lugar sem nome nem forma, um Deus agastado abriu as comportas do céu e deixou que os raios prateados iluminassem a escuridão da noite fazendo companhia à chuva intensa que jorrava numa torrente contínua.
Lá fora a Natureza zangada parece não acalmar.
Aqui dentro, protegida da fúria enraivecida do vento e da chuva, enrosco-me, no quentinho dos lençóis, solto o pensamento ao encontro de ti, e adormeço.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Tecnologia de ponta

Que sensação boa, após um dia de trabalho, roubar um tempinho ao tempo e, em cumplicidade com a noite, saborear os prazeres que as rotinas do lazer permitem!
A leitura do Público on-line é uma delas. “Abrir” a página principal, ler as “gordas”, procurar o desenvolvimento das notícias são alguns dos actos interiorizados que preenchem o tal tempo roubado ao tempo.
Na edição de anteontem, das inúmeras notícias, realço uma pelo caricato da situação. Desde Novembro que o antigo sistema utilizado para a vigilância da nossa costa se encontra inactivo. Os radares, que ajudavam a controlar e vigiar os 1.600.000 km² de área marítima sob jurisdição nacional, foram desligados.
Enquanto se conclui a montagem do novo sistema, a Unidade de Controlo Costeiro da GNR, não obstante a falta de meios sofisticados e modernos, continua a desempenhar, briosamente, com mérito e perícia, dado os resultados obtidos, a sua missão, recorrendo ao uso de 50 binóculos.
Não, não me enganei, binóculos!
Confesso que, quando li esta parte da notícia, soltei uma franca gargalhada, emprenhada de humor pois, imediatamente, imaginei os rígidos e competentes agentes, colocados em pontos estratégicos do mar ou da costa, a vasculharem o território nacional de binóculo ao peito!
E, continuando a dar asas à imaginação, o riso tornou-se hilariante quando os visualizei sob umas capas protectoras do mau tempo, agachados no convés de uma qualquer embarcação, ou no alto de um farol, enfrentando vendavais e tempestades, mas sempre de binóculo ao peito, porque a segurança da Nação acima de tudo o resto!
Ah, como é reconfortante ser-se português na vigência "Socrateana"!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Gosto

No próximo dia 27, cumpre-se, uma vez mais, o ritual de entrega das estatuetas douradas pela academia de Hollywood.
De entre os vários filmes nomeados, que competem entre si nas diferentes categorias, apenas ainda vi o Cisne Negro e seguir-se-á o Discurso do Rei.
Tal como a escrita, os livros, a música e a dança, assim o cinema constitui outra das minhas paixões.
Lembro-me nitidamente da primeira vez que entrei numa sala de cinema e assisti à projecção de um filme, num ecrã enorme, agigantado pela minha pequenez. Vivia-se a quadra natalícia e os estúdios da Walt Disney estreavam, nesse Dezembro longínquo, a produção animada “Branca de Neve e os Sete Anões”.
Talvez pela magia da época e o feitiço da tela, gravei, na memória, os sons, a cor, o movimento e as emoções que aquele dia me proporcionou. Para trás, ficou perdido no tempo, mas não nas memórias da história de vida.
Muitos anos se passaram, já vi muitos filmes, mas em cada um deles revivo sempre a magia e o encanto que senti na primeira vez.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Desígnio

Sou crente.
Acredito num Deus - conceito demasiado abstracto, reconheço - de amor, numa entidade suprema cujos desígnios escapam à minha racionalidade, porque sou nada, sei nada perante tamanha perfeição.
Acredito num Deus que me soprou a vida e que não desiste de mim, mesmo quando eu me esqueço Dele!
Acredito num Deus, pai – protector e sempre presente, mesmo quando eu me ausento Dele.
Acredito!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Provérbios

A sabedoria popular, tão bem expressa nos ditados e provérbios, assenta num conhecimento empírico que advém da observação da realidade quotidiana.
O nosso povo, sabiamente, tem traduzido, em parcas palavras, ao longo das memórias do tempo, as conclusões que a vida lhe apresenta.
Os ditados e os provérbios, porque verdadeiros, perpetuam-se nos anais da história e perduram para lá dela.
Esta noite, enquanto assistia ao programa “Prós e Contras” subordinado ao tema “Educação – a prova dos nove” e seguia, atentamente, a intervenção de todos os convidados, com particular destaque para a ministra da educação, professora Isabel Alçada, vieram-me à memória vários provérbios.
Não consigo observar Isabel Alçada, no seu papel de ministra da educação, sem de imediato compará-la com a sua antecessora. Diria que uma é a antípoda da outra.
No decurso do programa, sempre que atentava na ministra da educação com o seu ar cândido, voz melódica e sorriso constante recordava-me do provérbio “mais vale cair em graça do que ser engraçado”.
Que o diga Maria de Lurdes Rodrigues!