Hoje, no primeiro programa da segunda série de “Príncipes do Nada”, transmitido pela RTP1, numa das histórias de vida apresentadas, um menino caboverdeano, da ilha de São Vicente, respondia à jornalista, com uma firmeza no olhar e uma certeza no tom, que o seu sonho era poder estudar.
Por entre a pobreza, a carência e as dificuldades que preenchem a sua vida, este menino, com nove anos apenas, sem apoios, nem subsídios ou escalões, sem cantina e material quase dado, revela um respeito, uma maturidade e uma sabedoria na valorização do estudo e da Escola como garante para o futuro que quer risonho.
Ouvindo-o, não pude deixar de pensar noutros meninos que, tendo quase tudo, desvalorizam o estudo e a Escola nas suas vidas e impedem, com a sua postura, que os restantes usufruam, em pleno, das aprendizagens a que têm direito.
Paradoxo de uma dormência social!